sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Bom dia/ boa noite pessoal!
Esse é o nosso terceiro post!!!!

E no segundo eu parei dizendo que tinha ido conversar com a Bi, amiga da minha mãe e que ela havia me aconselhado a procurar um sacerdote para ter direção espiritual.
Então ela me indicou o Jacamar, um centro feminino do Opus Dei em São Paulo que oferece várias atividades de formação e direção espiritual. Eu combinei de ir ao Jacamar em uma quarta-feira depois que saísse do banco e foi o que eu fiz. Antes da direção eu assisti a uma meditação, que é uma palestra de meia hora em que o sacerdote fala sobre temas diversos: a vida de Jesus, de Nossa Senhora, a busca da santidade, virtudes, conceitos da fé, etc.

Cheguei lá as 19hs e assisti à meditação. Não lembro qual foi o tema mas lembro que achei bem legal. Depois fiquei na fila pra falar com o sacerdote que seria um dos grandes responsáveis pela minha conversão: o padre Xavier, o espanhol mais calmo do mundo (sim, isso é possível). Chegou a minha vez, entrei no confessionário, me ajoelhei e começamos a conversar. Foi simplesmente demais. Falamos sobre família, trabalho, fé, virtudes, meu relacionamento com Deus, meus objetivos de vida, etc. Conversamos e depois me confessei. Então combinei de voltar toda quarta-feira e as vezes aos sábados quando tinha atividades e coincidia de eu ficar em sp. E passei a fazer isso toda semana.
Aquelas meditações e bate-papos semanais com o padre Xavier foram me enriquecendo de uma maneira maravilhosa. Ele me incentivou a voltar a fazer trabalho voluntário (eu já havia feito em Ribeirão mas tinha parado), a fazer retiros, oração mental e me ensinou várias outras coisas que eu não esqueço.

Me lembro de quando ele sugeriu que eu começasse a fazer pequenas mortificações (pequenos sacrifícios que oferecemos a Deus), entre elas o “minuto heroico”. Pra quem não sabe, o minuto heroico é quando você acorda assim que o despertador toca. Nenhum minuto a mais na cama! rs. Eu achava super difícil e ele falava pra mim: “Coloca o despertador longe da cama. Assim você precisa se levantar de qualquer jeito...”

Ele me ensinou várias outras pequenas mortificações: comer um pouquinho mais do que eu não gosto tanto e um pouco menos do que eu gosto muito, ser pontual, guardar as coisas assim que chegar em casa ( e não deixa-las esparramadas), subir alguns lances de escada ao invés de pegar o elevador,  não reclamar e a mais difícil e mais bonita de todas as mortificações: sorrir para os inoportunos! Sim, sabe aquela pessoa que é meio inconveniente, que faz comentários desagradáveis sobre você ou de qualquer outro tipo, que está sempre de mau humor? Então: sorrir! Sorrir pra ela, sorrir pra todos! Sorrir sempre!

E pra quem está se perguntando: “mas por que fazer isso”? Porque além de ganharmos fortaleza, e outras várias virtudes, nós nos assemelhamos mais a Cristo. E outra coisa fantástica: você pode oferecê-las por várias intenções: sua família, seus amigos, os doentes, para o papa e a Igreja, pela salvação das almas, para aquela amiga que está passando por um momento difícil no casamento, etc. E acredite: esses pequenos sacrifícios que fazemos pra Deus nos deixam muito felizes!
Voltando: assim eu fui seguindo com a minha vida de fé que  cada vez mais ia ajudando as outras esferas da minha vida: a profissional, a familiar, a social..

Um belo dia (uma quarta-feira) fui à meditação como sempre e depois chegou minha vez de falar com o padre. Como de costume nós começamos a conversar e de repente o padre Xavier me falou: “Elisa, você não gostaria de fazer uma confissão geral?”. Eu pesei: “o que será isso?”. Aí ele me explicou que era uma confissão normal porém um pouco mais profunda. É impressionante a graça especial que os sacerdotes possuem. (por isso eu rezo sempre por todos eles). O padre Xavier com certeza havia percebido que tinha alguns pecados engavetados lá no fundo da minha alma e que seria bom falar sobre eles na confissão. Então comecei. A minha conversa/ confissão que geralmente durava uns 15/20 minutos naquele dia durou quase uma hora e eu lavei o chão do confessionário de tanto chorar. O bom da confissão é que independentemente do que nós confessamos, se temos o coração sinceramente contrito e arrependido, Deus nos perdoa sempre. Assim como Jesus disse à mulher adúltera que estava prestes a ser apedrejada: “Ninguém te condenou? Pois eu também não te condeno”, Ele volta  a dizer-nos as mesmas coisas na confissão sacramental. E no fim de cada confissão nós sentimos muita paz. E foi o que aconteceu comigo naquela noite: uma paz imensa inundou a minha alma. Não é a toa que as última palavras do sacerdote são essas: “Vá em paz”!!
Depois dali fui direto pra casa e pensei: “Maravilha! Estou de volta nos braços do Pai”.

É muito legal perceber que quando nós começamos a buscar a fé de verdade e com humildade, ao invés de respostas nós encontramos mais (muitas) perguntas. Naquela noite eu comecei a pensar sobre várias: “Qual o sentido da vida e da morte? E da dor e do sofrimento? Por que os santos conseguem ser tão felizes em meio a tanta adversidade? O que é de verdade o pecado e o estado de graça? O que Deus realmente espera de mim?  E finalmente: “o que acabava de acontecer com a minha alma agora que eu havia me desnudado diante de Deus, na figura do sacerdote, de todos as minhas misérias e fraquezas?..... mas nesse estágio essas perguntas já não tiravam mais a minha paz...
Buscar a fé de forma genuína implica em NÃO ter todas as respostas. Santo Agostinho tenta explicar exatamente isso com a sua frase: “Intellige ut credas, crede ut intelligas”, ou seja: “Creio para entender, entendo para crer”. Percebam que ele não diz apenas: “entender para crer”, como se o primeiro passo para a fé fosse puramente racional. Mas ele diz também: “crer para entender”. Há uma simbiose entre fé e razão e as duas são complementares e não antagônicas. Quem começa a procurar a Deus com o raciocínio: “Vamos ver se esse Deus realmente consegue se provar real”, pode parar! O primeiro e mais fundamental passo em direção à fé é a humildade: “Deus resiste aos soberbos e da sua graça aos humildes”. Até porque se a fé fosse uma equação cartesiana, qual seria o mérito de quem a possui?

No entanto, se a fé não existe sem a humildade da razão, ninguém deve se sentir dispensado de estudá-la. “Só se ama aquilo que se conhece”. Foi por isso que nessa época eu mergulhei a fundo na leitura dos grandes santos e teólogos do cristianismo, desde os antigos até os mais atuais: São Tomas, Santo Agostinho, Santa Teresa dÁvila, Santa Catarina de Sena, Dietrich Von Hildelbrand, Joseph Ratzinger (sim, o papa emérito é um dos maiores intelectuais vivos), São Josemaria Escrivá, entre muitos outros...

 E assim minha vida foi se enchendo de fé, paz e muita, muita alegria “Eu vos darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” prometeu Jesus...

É isso por hoje!
Espero que vocês tenham gostado.

Mil beijos e fiquem com Deus!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Bom dia/ boa noite gente!

Esse é o segundo post do blog e antes de começar queria dizer que fiquei muito, muito feliz com todas as mensagens, comentários, feedbacks de tantos amigos e amigas que elogiaram e também pediram mais! Adoro ler todos e vibro com cada um! Então vamos lá:

Não vou contar mais nada sobre minha infância porque realmente não teve nada demais.  Somos cinco irmãos e como nossas idades são bem espalhadas, teve época em que na minha casa tinha de tudo: adolescente, pré- adolescente, criança, bebê e recem nascido. Sim, minha mãe é uma santa! E nós crescemos  em um lar super saudável, cheio de amor, paz e fé.

Porém a questão da fé começou a mudar bastante no fim da minha adolescência/ começo da vida adulta.  Foi quando eu comecei a rezar pedindo um namorado e de uma forma bem superficial.  E nós seres humanos somos engraçados: nós geralmente pedimos a Deus uma pessoa generosa, íntegra,  trabalhadora, paciente, fiel, que vai ser um bom pai/boa mãe, etc. Mas e nós? Nós trabalhamos as nossas virtudes para realmente “merecer” essa pessoa que estamos pedindo? Eu pelo menos não estava fazendo nada disso e eu acho que Deus pensava com toda razão que eu não estava preparada pra isso. É como diz minha mãe: “Não adianta dar feijoada pra neném”. Então agora eu começo com alguns detalhes sobre todo o processo da minha conversão que me possibilitou, 10 anos depois, conhecer esse cara tão fantástico que eu estava pedindo.

Em 2005 eu fui contratada pra trabalhar no banco Itau na área comercial. Foi meu primeiro emprego formal e eu estava muito feliz!  Entretanto, as coisas não foram tão maravilhosas quanto eu estava imaginando. Trabalhar em área comercial de banco de varejo no Brasil é bem desafiador : meta atrás de meta, cliente enfurecido e muita pressão.  O rock é pesado em agência.

Nessa mesma época eu tive um namoro rápido e não muito edificante, que me afastou ainda mais de Deus. Pois é, essa foi uma época em que eu estive bem longe de ser uma cristã exemplar. Minha vida de oração se resumia a ir à missa aos domingos sem prestar muita atenção, fazer uma ou outra oração e só.

Tudo isso: o trabalho estressante, o namoro errado com o cara errado e a fé fria foram me deixando cada vez mais triste. O mais engraçado é que quem visse de fora devia pensar que a minha vida era perfeita. Afinal de contas eu morava em uma casona em um condomínio  em Ribeirão Preto, tinha uma família linda e unida, um emprego relativamente bom e eu era jovem e saudável. Mas faltava o essencial: eu já não estava em estado de graça há um bom tempo: minha alma havia embolorado. E isso mudava tudo.  

No belíssimo filme “Perfume de mulher”, Al Pacino interpreta com maestria um ex-coronel  do exército americano. Em uma das últimas cenas do filme o personagem de Al Pacino comparece a uma sessão no tradicional colégio Baird onde algumas figuras ilustres do EUA haviam estudado. O coronel faz um discurso magnífico (a cena é memorável) em que ele diz “Eu estive na guerra e vi jovens como estes terem os braços dilacerados, as pernas arrancadas. Mas não há nada mais triste do que ter o espírito amputado. Porque para isso não há prótese”. Apesar de eu simplesmente amar esse filme e essa cena em especial,  eu discordo da parte final: para o espírito há sim prótese.
Voltando:  depois de um tempo as coisas começaram a mudar. Dessa vez pra melhor.

Eu durei longos 20 meses trabalhando em agências na área comercial quando surgiu a maravilhosa oportunidade de ir trabalhar no corporativo do banco em sp. Mudei de mala e cuia pra cidade doida! E aí começa a primeira parte da minha conversão.

Eu cheguei em sp em abril de 2007 e logo de cara AMEI minha nova função e a equipe. Era todo mundo muito gente boa e nosso coordenador e superintendente eram muito legais! Nossa equipe era responsável pela melhoria de processos internos do banco e meu trabalho era de detetive- identificar falhas nos processos e propor melhorias. Eu era a Poirot do Itau!

Mas como nem tudo é perfeito, logo eu comecei a perceber uma característica estranha do pessoal de sp e eu pensava: “essa cidade é muito pagã!! Ninguém reza, as famílias nunca se encontram, todo mundo só pensa em dinheiro, PLR, bônus”... que doidera! Uma coisa que eu achava muito estranho (pode parecer um detalhe mas é emblemático) era o fato de que ninguém almoçava em família aos domingos. Eu via aquelas praças de alimentação lotadas aos domingos com aquele monte de gente comendo sozinha...pra vcs terem uma ideia de como isso tudo parecia estranho pra mim, eu e a Vi, minha irmã mais velha, já éramos marmanjonas quando nós começamos a almoçar fora de domingo com amigos, namorado, etc. Meu pai ficava emburrado se a gente ia almoçar fora!!  E pra falar a verdade, era uma delícia almoçar em casa. Aquele bando de gente, uma farofada! E o melhor: meu pai que cozinhava aos finais de semana! Quem já comeu a comida do Betão sabe do que eu estou falando..

Então eu comecei um processo de achar que eu precisava voltar pra Deus. Matutei um tempão e um belo dia à tarde eu estava lá no banco e lembrei da Bi, uma amiga da minha mãe do Opus Dei que morava em sp e ia sempre jantar com a gente em Ribeirão . A Bi é uma senhora portuguesa muito culta, muito sábia e o melhor: muito santa. Era com ela que eu precisava falar!

Liguei pra ela e combinamos de nos encontrar. Fui até o Butantã (onde ela mora): longe pra caramba de onde eu morava em sp. Eu não tinha muita ideia de como dirigir em sp (até hoje não tenho) mas fui que fui. É impressionante como Deus vai abrindo o caminho quando Ele percebe uma intenção reta no nosso coração de achá-lo novamente.

Resumindo muito aquela conversa que nós tivemos: ela foi um doce como sempre e me deu alguns conselhos, entre eles o de voltar a ter direção espiritual com um sacerdote. E foi o que eu fiz! Uma das melhores decisões que tomei na minha vida.

Por hoje é só. Vou colocar o link da cena do filme pra quem quiser relembrar.http://mais.uol.com.br/view/fl5f1xo1art6/cenas-do-filme-perfume-de-mulher--discurso-de-al-pacino-04026CC4C10307?types=A
Um beijo e fiquem com Deus!


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Esse blog é para explicar o milagre que ocorreu na minha vida nos últimos 15 meses. Eu passei de uma menina solteira que trabalhava e estudava em tempo (extra) integral e sonhava com seu grande amor para uma esposa e mãe (sim!!) esperando seu primeiro bebê, fruto da nossa milagrosa e abençoada união.

Eu com certeza não estaria onde estou hoje, com quem estou se não fosse a graça de Deus.
E para encerrar, como diz o Matt (meu marido): “Se você quer fazer Deus rir, conte para Ele seus planos”.

Bem vindos!


Bom, mas para entender como acontece um milagre tão grande (redundante essa frase, eu sei) na vida de uma pessoa é preciso entender um pouco sobre a vida dela e dos envolvidos. Por isso vou começar contando um pouco de como foi minha vida e por que foi um milagre (porque vocês devem estar se perguntando: “ se tantos casais se conhecem todos os dias, namoram e casam, por que esse foi um milagre?)

Explicando a primeira questão: sim,  Deus pode operar milagres na vida de uma pessoa de uma hora pra outra, como fez com São Paulo a caminho de Damasco. Porém, eu acredito que a maioria dos milagres demandam muita oração e confiança em Deus. Entre outras coisas.
Então vamos lá. Eu nasci em uma família cristã-católica praticante onde as normas de piedade eram um hábito (maravilhoso!): a missa aos domingos e dias de preceito (no mínimo), o terço em família, especialmente nas viagens, as 3 Ave Marias à noite e etc. Rezar sempre foi uma constante na nossa família e com certeza o maior e melhor legado que nossos pais nos deixaram.

E para vocês entenderem como a coisa da religião era séria e também para descontrair um pouco vou começar contando um episódio curioso.

A missa aos domingos passava a ser obrigatória em casa quando completávamos 7 anos de idade. E o divertido era que nós geralmente íamos de sábado a noite e depois nós íamos comer pizza! Quer melhor jeito de convencer uma criança a rezar? Ahahaha

Entretanto, nem sempre nós estávamos a fim do programa. Eu me lembro de uma vez em que eu tive problema com isso. Eu tinha uns 10 anos e era  aniversário de uma coleguinha da escola e os pais dela sempre faziam “a festa” pra ela. Sabe aquelas festinhas infantis que são o acontecimento do ano? Pois é. Eu fui então no sábado depois do almoço. Quanto eu estava no ápice da festança eis que avisto minha mãe no portão. Eu pensei: “não é possível que ela veio me buscar!! Não vou embora de jeito nenhum”. Bom, ela foi chegando perto e com a calma dela de sempre falou: “Filha, vamos pra missa. Está todo mundo esperando no carro”. Bom, o que veio depois é dispensável contar...ahahaha. Um bico que foi até Manaus!! Mas eu aprendi a lição: “quando se trata da missa meu irmão, não existe barganha lá em casa”.

E pra finalizar por hoje, por que foi um milagre? Bom, porque eu não pedia UM marido pra Deus, eu pedia O marido. E foi exatamente o que aconteceu...mas depois vou dedicar um post só sobre isso.

Por hoje é só. Mas está somente começando.


Um beijo e fiquem com Deus!