Bom dia/ boa noite pessoal!
Esse é o nosso terceiro post!!!!
E no segundo eu parei dizendo que
tinha ido conversar com a Bi, amiga da minha mãe e que ela havia me aconselhado
a procurar um sacerdote para ter direção espiritual.
Então ela me indicou o Jacamar,
um centro feminino do Opus Dei em São Paulo que oferece várias atividades de
formação e direção espiritual. Eu combinei de ir ao Jacamar em uma quarta-feira
depois que saísse do banco e foi o que eu fiz. Antes da direção eu assisti a
uma meditação, que é uma palestra de meia hora em que o sacerdote fala sobre
temas diversos: a vida de Jesus, de Nossa Senhora, a busca da santidade, virtudes,
conceitos da fé, etc.
Cheguei lá as 19hs e assisti à
meditação. Não lembro qual foi o tema mas lembro que achei bem legal. Depois fiquei
na fila pra falar com o sacerdote que seria um dos grandes responsáveis pela
minha conversão: o padre Xavier, o espanhol mais calmo do mundo (sim, isso é
possível). Chegou a minha vez, entrei no confessionário, me ajoelhei e
começamos a conversar. Foi simplesmente demais. Falamos sobre família,
trabalho, fé, virtudes, meu relacionamento com Deus, meus objetivos de vida,
etc. Conversamos e depois me confessei. Então combinei de voltar toda
quarta-feira e as vezes aos sábados quando tinha atividades e coincidia de eu
ficar em sp. E passei a fazer isso toda semana.
Aquelas meditações e bate-papos
semanais com o padre Xavier foram me enriquecendo de uma maneira maravilhosa.
Ele me incentivou a voltar a fazer trabalho voluntário (eu já havia feito em
Ribeirão mas tinha parado), a fazer retiros, oração mental e me ensinou várias
outras coisas que eu não esqueço.
Me lembro de quando ele sugeriu
que eu começasse a fazer pequenas mortificações (pequenos sacrifícios que
oferecemos a Deus), entre elas o “minuto heroico”. Pra quem não sabe, o minuto
heroico é quando você acorda assim que o despertador toca. Nenhum minuto a mais
na cama! rs. Eu achava super difícil e ele falava pra mim: “Coloca o
despertador longe da cama. Assim você precisa se levantar de qualquer jeito...”
Ele me ensinou várias outras
pequenas mortificações: comer um pouquinho mais do que eu não gosto tanto e um
pouco menos do que eu gosto muito, ser pontual, guardar as coisas assim que
chegar em casa ( e não deixa-las esparramadas), subir alguns lances de escada
ao invés de pegar o elevador, não
reclamar e a mais difícil e mais bonita de todas as mortificações: sorrir para
os inoportunos! Sim, sabe aquela pessoa que é meio inconveniente, que faz
comentários desagradáveis sobre você ou de qualquer outro tipo, que está sempre
de mau humor? Então: sorrir! Sorrir pra ela, sorrir pra todos! Sorrir sempre!
E pra quem está se perguntando:
“mas por que fazer isso”? Porque além de ganharmos fortaleza, e outras várias
virtudes, nós nos assemelhamos mais a Cristo. E outra coisa fantástica: você
pode oferecê-las por várias intenções: sua família, seus amigos, os doentes,
para o papa e a Igreja, pela salvação das almas, para aquela amiga que está
passando por um momento difícil no casamento, etc. E acredite: esses pequenos
sacrifícios que fazemos pra Deus nos deixam muito felizes!
Voltando: assim eu fui seguindo
com a minha vida de fé que cada vez mais
ia ajudando as outras esferas da minha vida: a profissional, a familiar, a
social..
Um belo dia (uma quarta-feira)
fui à meditação como sempre e depois chegou minha vez de falar com o padre.
Como de costume nós começamos a conversar e de repente o padre Xavier me falou:
“Elisa, você não gostaria de fazer uma confissão geral?”. Eu pesei: “o que será
isso?”. Aí ele me explicou que era uma confissão normal porém um pouco mais
profunda. É impressionante a graça especial que os sacerdotes possuem. (por
isso eu rezo sempre por todos eles). O padre Xavier com certeza havia percebido
que tinha alguns pecados engavetados lá no fundo da minha alma e que seria bom
falar sobre eles na confissão. Então comecei. A minha conversa/ confissão que
geralmente durava uns 15/20 minutos naquele dia durou quase uma hora e eu lavei
o chão do confessionário de tanto chorar. O bom da confissão é que
independentemente do que nós confessamos, se temos o coração sinceramente
contrito e arrependido, Deus nos perdoa sempre. Assim como Jesus disse à mulher
adúltera que estava prestes a ser apedrejada: “Ninguém te condenou? Pois eu
também não te condeno”, Ele volta a
dizer-nos as mesmas coisas na confissão sacramental. E no fim de cada confissão
nós sentimos muita paz. E foi o que aconteceu comigo naquela noite: uma paz
imensa inundou a minha alma. Não é a toa que as última palavras do sacerdote
são essas: “Vá em paz”!!
Depois dali fui direto pra casa e
pensei: “Maravilha! Estou de volta nos braços do Pai”.
É muito legal perceber que quando
nós começamos a buscar a fé de verdade e com humildade, ao invés de respostas
nós encontramos mais (muitas) perguntas. Naquela noite eu comecei a pensar
sobre várias: “Qual o sentido da vida e da morte? E da dor e do sofrimento? Por
que os santos conseguem ser tão felizes em meio a tanta adversidade? O que é de
verdade o pecado e o estado de graça? O que Deus realmente espera de mim? E finalmente: “o que acabava de acontecer com
a minha alma agora que eu havia me desnudado diante de Deus, na figura do
sacerdote, de todos as minhas misérias e fraquezas?..... mas nesse estágio
essas perguntas já não tiravam mais a minha paz...
Buscar a fé de forma genuína
implica em NÃO ter todas as respostas. Santo Agostinho tenta explicar
exatamente isso com a sua frase: “Intellige ut credas, crede ut intelligas”, ou
seja: “Creio para entender, entendo para crer”. Percebam que ele não diz
apenas: “entender para crer”, como se o primeiro passo para a fé fosse
puramente racional. Mas ele diz também: “crer para entender”. Há uma simbiose
entre fé e razão e as duas são complementares e não antagônicas. Quem começa a
procurar a Deus com o raciocínio: “Vamos ver se esse Deus realmente consegue se
provar real”, pode parar! O primeiro e mais fundamental passo em direção à fé é
a humildade: “Deus resiste aos soberbos e da sua graça aos humildes”. Até
porque se a fé fosse uma equação cartesiana, qual seria o mérito de quem a
possui?
No entanto, se a fé não existe
sem a humildade da razão, ninguém deve se sentir dispensado de estudá-la. “Só
se ama aquilo que se conhece”. Foi por isso que nessa época eu mergulhei a
fundo na leitura dos grandes santos e teólogos do cristianismo, desde os
antigos até os mais atuais: São Tomas, Santo Agostinho, Santa Teresa dÁvila,
Santa Catarina de Sena, Dietrich Von Hildelbrand, Joseph Ratzinger (sim, o papa
emérito é um dos maiores intelectuais vivos), São Josemaria Escrivá, entre
muitos outros...
E assim minha vida foi se enchendo de fé, paz
e muita, muita alegria “Eu vos darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar”
prometeu Jesus...
É isso por hoje!
Espero que vocês tenham gostado.
Mil beijos e fiquem com Deus!!
