Bom dia/ boa noite pessoal!
Esse post eu dedico ao meu filho Lucas Timolino que fez um
ano recebtemente (dia 19/07) e trouxe tanta bagunça e alegrias pras nossas
vidas.
Bom, entre maio e junho desse ano, minha mãe passou algumas
semanas com a gente aqui na Australia e foi maravilhoso. Logo quando ela chegou
eu deixei o Lucas com ela e fui ao supermercado. Antes de sair minha mãe falou
pra eu não me preocupar e que se eu quisesse eu devia aproveitar e dar uma
volta no shopping, fazer qualquer coisa pra distrair, já que ela sabe que como
aqui nós não temos muita ajuda, eu tinha que aproveitar.
Então lá fui eu com meu carrinho de supermercado. Chegando
lá, pensei em tomar um café. Pedi meu café, sentei calmamente em uma das mesas
e comecei a olhar o movimento com aquela estranha sensação de liberdade..... de
repente passa uma menina com um bebê lindo no colo e ela estava jogando o bebê
pra cima e ele estava dando gargalhadas!! De repente eu me peguei pensando:
“que lindo...que sorte a dela ter esse bebê lindo e alegre”!!. Aí eu pensei:
“pera aí, eu também tenho o meu bebê lindo e alegre em casa”!!. Quem já viu o
Lucas sabe que ele é super serelepe e alegre...aí eu comecei a me dar conta do
tanto que nós, no caso eu, muitas vezes não damos valor ao que nós temos.
Mas aí eu comecei a ir mais além e pensar no tanto que eu
ultimamente prestava mais atenção nas horas que eu não dormia, no cansaço que
eu sentia, nos incômodos e contrariedades do que nas coisas maravilhosas que
Deus me deu depois de me casar e me tornar mãe. De repente comecei a me
perguntar: se acontecesse alguma coisa comigo hoje, o que falariam pro Lucas de
mim? Como contariam pra ele a meu respeito? Nesse dia em que eu comecei a
refletir sobre isso naquele café aqui em Brisbane o Lucas tinha quase 11 meses
e eu me peguei pensando: Será que falariam pra ele que no dia em que ele nasceu
eu senti uma alegria sem tamanho? Que cada pequena-grande conquista dele eu
celebrei com toda a emoção que um coração pode conter? Que um dia quando eu fui
busca-lo no bercinho e vi que ele havia pego o pesinho pela primeira vez eu
quase cai da escada pra ir chamar o Matt pra ver? Que eu rezei pra ele todos os
dias da minha vida desde que eu soube que ele estava na minha barriga? Será que
ele saberia que nas poucas horas em que eu passo longe dele minha cabeça e meu
coração estão sempre pensando em como ele está?? E mais mil coisas...
Mas depois de pensar tudo isso (rs) eu comecei a tentar
organizar meus pensamentos à luz da fé e tirar disso tudo um propósito. Eis que
eu cheguei em alguns. O principal deles foi, como dizia Santa Teresa, é que o egoísmo
é o pior dos males. Então meu caro leitor (a) do blog pode estar se
perguntando: mas o que o egoísmo tem a ver com isso? Tudo! o fato de eu enxergar
muitas vezes mais o cansaço e as penas do que todas as alegrias que a
maternidade me trouxe é um sinal claro de egoísmo. Santo Agostinho há 16
séculos escreveu um livro que é mais atual que nunca. Esse livro se chama “Dois
Amores e duas Cidades”. Nele o santo diz
que aqui na Terra só existem dois amores: o amor a nós mesmos (a busca dos
próprios interesses, da comodidade, dos próprios prazeres) e o outro amor: a
Deus, e nele se incluem o amor e o bem dos outros). O interessante é que esses
dois amores se chocam frontalmente: quanto mais espaço há no meu coração para o
amor a mim mesmo, menos espaço haverá para os outros. Quanto mais tempo uma
mãe, assim como qualquer outra pessoa, passar pensando em tudo que ela está
deixando de fazer e viver, menos tempo ela terá pra pensar no marido, nos
filhos, em Deus, nos amigos, na família estendida... e o pior: mais infeliz
será.
Agora passando pra parte pratica do post: é fácil se
desprender totalmente de nós mesmos pra pensar nos outros? Claro que não! É a
coisa mais difícil de se fazer. Por isso que os que conseguiram se tornaram....
SANTOS. Eu sempre digo que mais difícil que ser diretor de multinacional, mais difícil
que terminar um doutorado, uma maratona, mais dificil que tudo isso é SER
SANTO. Porque é SUPERAR a si mesmo. Pode
crer: não há nada mais difícil que isso. Mas também não há nada mais
recompensador. Nada traz mais alegria e nada consegue atrair mais pessoas...
Então voltando: depois desse dia que eu sai do café e fui
chorando pro supermercado depois de pensar tudo isso, eu comecei a refletir
sobre mais uma coisa: que antes de eu conhecer o Matt, me casar e ter nosso
Timolão lindo, eu nunca mais chorei de tristeza! Pois é, eu chorei muito
(principalmente no pós parto) mas foi por outras inúmeras causas: receio de não
saber o que fazer, hormônios (ahhh, sempre eles! Como diz um grande amigo do
Matt: “I love my whife but I f.. hate hormons...”), de saudade... vários
motivos mas nunca mais por tristeza. Antes de me casar e cada vez que eu
conhecia um novo paquerinha e apostava todas as minhas fichas e depois dava com
os burros na água, eu chorava sempre de muita tristeza, solidão e rejeição. Já dizia
minha querida finada vó Cida: “filha, não existe nada mais triste que a solidão”...
e hoje meus dias são cheios de bagunça, gritinhos de alegria do meu filho,
risadas, etc.
É isso. Esse post está dividido em dois mas como eu ainda não
acabei a segunda parte, vai ficar para o resto da semana...
Feliz dia dos pais pra todos meus amigos do Brasil!
Mil beijos e fiquem com Deus! E não se esqueçam de agradecer
todos os dias tudo que temos de bom.