sábado, 12 de agosto de 2017

Bom dia/ boa noite pessoal!

Esse post eu dedico ao meu filho Lucas Timolino que fez um ano recebtemente (dia 19/07) e trouxe tanta bagunça e alegrias pras nossas vidas.

Bom, entre maio e junho desse ano, minha mãe passou algumas semanas com a gente aqui na Australia e foi maravilhoso. Logo quando ela chegou eu deixei o Lucas com ela e fui ao supermercado. Antes de sair minha mãe falou pra eu não me preocupar e que se eu quisesse eu devia aproveitar e dar uma volta no shopping, fazer qualquer coisa pra distrair, já que ela sabe que como aqui nós não temos muita ajuda, eu tinha que aproveitar.

Então lá fui eu com meu carrinho de supermercado. Chegando lá, pensei em tomar um café. Pedi meu café, sentei calmamente em uma das mesas e comecei a olhar o movimento com aquela estranha sensação de liberdade..... de repente passa uma menina com um bebê lindo no colo e ela estava jogando o bebê pra cima e ele estava dando gargalhadas!! De repente eu me peguei pensando: “que lindo...que sorte a dela ter esse bebê lindo e alegre”!!. Aí eu pensei: “pera aí, eu também tenho o meu bebê lindo e alegre em casa”!!. Quem já viu o Lucas sabe que ele é super serelepe e alegre...aí eu comecei a me dar conta do tanto que nós, no caso eu, muitas vezes não damos valor ao que nós temos.

Mas aí eu comecei a ir mais além e pensar no tanto que eu ultimamente prestava mais atenção nas horas que eu não dormia, no cansaço que eu sentia, nos incômodos e contrariedades do que nas coisas maravilhosas que Deus me deu depois de me casar e me tornar mãe. De repente comecei a me perguntar: se acontecesse alguma coisa comigo hoje, o que falariam pro Lucas de mim? Como contariam pra ele a meu respeito? Nesse dia em que eu comecei a refletir sobre isso naquele café aqui em Brisbane o Lucas tinha quase 11 meses e eu me peguei pensando: Será que falariam pra ele que no dia em que ele nasceu eu senti uma alegria sem tamanho? Que cada pequena-grande conquista dele eu celebrei com toda a emoção que um coração pode conter? Que um dia quando eu fui busca-lo no bercinho e vi que ele havia pego o pesinho pela primeira vez eu quase cai da escada pra ir chamar o Matt pra ver? Que eu rezei pra ele todos os dias da minha vida desde que eu soube que ele estava na minha barriga? Será que ele saberia que nas poucas horas em que eu passo longe dele minha cabeça e meu coração estão sempre pensando em como ele está?? E mais mil coisas...

Mas depois de pensar tudo isso (rs) eu comecei a tentar organizar meus pensamentos à luz da fé e tirar disso tudo um propósito. Eis que eu cheguei em alguns. O principal deles foi, como dizia Santa Teresa, é que o egoísmo é o pior dos males. Então meu caro leitor (a) do blog pode estar se perguntando: mas o que o egoísmo tem a ver com isso? Tudo! o fato de eu enxergar muitas vezes mais o cansaço e as penas do que todas as alegrias que a maternidade me trouxe é um sinal claro de egoísmo. Santo Agostinho há 16 séculos escreveu um livro que é mais atual que nunca. Esse livro se chama “Dois Amores e duas Cidades”.  Nele o santo diz que aqui na Terra só existem dois amores: o amor a nós mesmos (a busca dos próprios interesses, da comodidade, dos próprios prazeres) e o outro amor: a Deus, e nele se incluem o amor e o bem dos outros). O interessante é que esses dois amores se chocam frontalmente: quanto mais espaço há no meu coração para o amor a mim mesmo, menos espaço haverá para os outros. Quanto mais tempo uma mãe, assim como qualquer outra pessoa, passar pensando em tudo que ela está deixando de fazer e viver, menos tempo ela terá pra pensar no marido, nos filhos, em Deus, nos amigos, na família estendida... e o pior: mais infeliz será.

Agora passando pra parte pratica do post: é fácil se desprender totalmente de nós mesmos pra pensar nos outros? Claro que não! É a coisa mais difícil de se fazer. Por isso que os que conseguiram se tornaram.... SANTOS. Eu sempre digo que mais difícil que ser diretor de multinacional, mais difícil que terminar um doutorado, uma maratona, mais dificil que tudo isso é SER SANTO. Porque é SUPERAR  a si mesmo. Pode crer: não há nada mais difícil que isso. Mas também não há nada mais recompensador. Nada traz mais alegria e nada consegue atrair mais pessoas...

Então voltando: depois desse dia que eu sai do café e fui chorando pro supermercado depois de pensar tudo isso, eu comecei a refletir sobre mais uma coisa: que antes de eu conhecer o Matt, me casar e ter nosso Timolão lindo, eu nunca mais chorei de tristeza! Pois é, eu chorei muito (principalmente no pós parto) mas foi por outras inúmeras causas: receio de não saber o que fazer, hormônios (ahhh, sempre eles! Como diz um grande amigo do Matt: “I love my whife but I f.. hate hormons...”), de saudade... vários motivos mas nunca mais por tristeza. Antes de me casar e cada vez que eu conhecia um novo paquerinha e apostava todas as minhas fichas e depois dava com os burros na água, eu chorava sempre de muita tristeza, solidão e rejeição. Já dizia minha querida finada vó Cida: “filha, não existe nada mais triste que a solidão”... e hoje meus dias são cheios de bagunça, gritinhos de alegria do meu filho, risadas, etc.

É isso. Esse post está dividido em dois mas como eu ainda não acabei a segunda parte, vai ficar para o resto da semana...

Feliz dia dos pais pra todos meus amigos do Brasil!

Mil beijos e fiquem com Deus! E não se esqueçam de agradecer todos os dias tudo que temos de bom.