sexta-feira, 29 de abril de 2016

Bom dia/ boa noite pessoal!

No último post eu parei quando eu e o Matt começamos a namorar depois que eu o pedi em namoro...rs. E foi isso mesmo. Depois disso eu expliquei pro Matt o conceito de “chaveco” e falei pra ele que eu que o chavequei....kkkk. Aí virou piada. Ele sempre brinca: “Gringo: no chaveco?” e eu falo: “no baby, gringo, no chaveco!!”...kkkk

Depois de dez anos esperando meu José eu não podia correr o risco de vê-lo embora... valeu muito a pena ter feito isso. Quanto ao tempo (10 anos esperando) muita gente, especialmente amigas e amigos que também estão rezando para encontrar suas almas-gêmeas, me falam: “ah Elisa, mas 10 anos é muito tempo! Deus não pode demorar tanto assim comigo”. Eu entendo perfeitamente e sei que muitas vezes não é nada fácil  esperar o tempo de Deus. Mas é necessário. Porque Deus sabe muito, muito melhor que nós qual é o melhor tempo pra tudo. Falar que Deus “demora” é como dizer que um pai e uma mãe estão demorando pra dar uma bicicleta a um filho que ainda engatinha... não faz sentido.

No meu caso, eu posso dizer que Deus foi, como sempre, muito perfeito em me deixar esperando todos esses anos. Por milhares de motivos. Só pra citar alguns: primeiro que eu passei vários anos, como já disse em outros posts, numa pindaíba danada. Se eu tivesse conhecido o Matt naquela época eu não teria um tostão furado nem pra ir encontrá-lo em Sertãozinho. E depois, Deus foi preparando os nossos corações, mentes e almas pra encontrar um ao outro e viver essa nova fase.

Não da pra saber qual a pedagogia que Deus utiliza com a gente quando “demora” pra nos mandar algo que pedimos muito mas eu gosto de pensar que ele muitas vezes está nos preparando. No filme “Ray” sobre a vida do maravilhoso Ray Charles, há uma cena tocante que me faz pensar muito sobre como Deus age conosco.

Explicando: a cena se passa quando o Ray tinha uns sete anos e começou a ficar cego.  Ele vivia com a mãe e os irmãos em uma casa muito pobre. Nesta cena, o Ray menino vem correndo pra dentro de casa chamando a mãe e tropeça (já era a cegueira em estágio evoluído). Ele cai no chão gritando pela mãe e ela quando vê o menino tem um primeiro impulso de pegá-lo, como faria qualquer mãe. Mas ela recua num gesto ao mesmo tempo lindo e muito sofrido. Ela recua porque sabia muito bem que o filho precisava aprender a “andar” sem ela, quase que literalmente. Ela sabia que o processo de cegueira estava evoluindo e não teria volta e o mais difícil de tudo: ela não estaria com ele todo o tempo. Ele vai tateando o chão e finalmente fala: “mãe, você está aí”. A cena é maravilhosa e é difícil segurar o choro. Muitos anos mais tarde, o Ray Charles fez uma música linda em homenagem à mãe dele que diz assim: “my mother told me, before she passed away, she said: son, when I´m gone, don´t forget to pray, cause there will be hard times, hard times...oh yeah, who knows, better than I?”

O que eu penso sobre isso é que Deus age exatamente assim conosco: muitas vezes Ele parece recuar, parece não ouvir quando nós caímos e chamamos por Ele.  Mas Ele está ouvindo e está fazendo ou pelo menos permitindo isso pro nosso próprio bem, para que essa espera dê muitos frutos...

Mas então, continuando: eu e o Matt começamos a namorar no domingo de carnaval, depois de eu fazer o pedido solene...kkkk. Naquele mesmo dia, nós fomos à nossa primeira missa juntos e eu a ofereci em ação de graças por aquele favor imenso que eu tanto pedi a Deus...

O primeiro presente que o Matt me deu e que ele trouxe da Australia aquela semana foi um terço. Então, no dia seguinte nós combinamos de no final da tarde rezarmos também o terço juntos, que é uma devoção mariana que eu e ele temos há muito tempo. Nós sentamos na parte de fora do hotel em um sofasinho e começamos a rezar. Como todos os dias, estava tendo bloquinho. Várias pessoas passavam com cerveja na mão, dançando e pulando e algumas olhavam pra nós dois ali em pleno carnaval do Rio de Janeiro rezando o terço na varanda do hotel e eu acho que elas pensavam: “acho que eu bebi demais...”..kkkkkk

Eu rezei infinitos terços antes de conhecer o Matt pedindo a intercessão de Nossa Senhora pra que eu encontrasse meu José. No dia do meu casamento eu entrei na igreja com esse mesmo terço pendurado no meu pulso e foi como se Nossa Senhora estivesse me conduzindo pela mão até meu marido.

Bom, o resto da semana foi maravilhoso, sem palavras. Eu e o Matt nos divertimos muito, eu o levei pra conhecer as outras praias famosas: Ipanema, Leblon, Copacabana, o Cristo Redentor e claro: apresentei a maravilhosa culinária brasileira pra ele!!

Estava tudo indo muito bem mas eu também tinha em mente uma coisa: como nós vamos fazer pra isso dar certo? Porque é claro que sabendo que seu namorado vai embora pro outro lado do mundo, várias coisas passam pela sua cabeça...
Então foi que aconteceu o que eu considero o mais lindo episódio do nosso amor. Pelo menos até agora.

No sábado, praticamente o nosso ultimo dia no Rio, porque nós iríamos embora no domingo, nós fomos à praia e estávamos conversando e bebendo uma caipirinha de boa. Foi quando sem querer, ou por querer, nós começamos um papo sobre casamento, filhos, vocação ao matrimônio, várias coisas.  Aí foi a vez do Matt me surpreender com uma pergunta.
Ele olhou pra mim e perguntou: “quantos filhos você quer ter?”

Uiiiiiiiii. Aí eu parei um momento... vou explicar: há vários anos, quando eu comecei o meu processo de conversão, como expliquei nos posts anteriores, eu comecei a ler muito, meditar e tentar entender o que era o plano de Deus para os casais e a famosa abertura à vida, que a Igreja tanto defende. Foi um processo, mas a essa altura do campeonato eu já entendia muito bem esse aspecto tão importante da vida daqueles que Deus chama ao matrimônio. Porém, muitas vezes é difícil fazer as pessoas compreenderem essa dimensão da vida cristã, em especial no mundo de hoje onde é mais “fácil” apelar pra tantos subterfúgios.  E pra completar, eu sempre ouvia de algumas pessoas que eu estava solteira porque os homens se assustavam com a minha ideia de “abertura à vida e generosidade no número de filhos”.

Então naquela hora eu pensei: “putz, e agora? Não está meio cedo pra essa pergunta?”. Mas não estava...mal sabia eu que eu podia até ser firme na fé mas eu estava diante do homem que Deus preparou pra mim e ele é tão ou mais convicto que eu.

Eu confesso que durante toda minha vida eu neguei minha fé várias vezes, por preguiça, por vergonha ou por pura falta de fortaleza mesmo. Mas eu não queria mais negar.... eu sabia qual era a resposta certa. Na bíblia diz que quando João Batista estava batizando a todos, os fariseus e doutores da lei se recusaram e então “frustraram os desígnios de Deus a respeito deles”. Fiquei pensando quantas vezes em que eu me fechei à graça e fiz o mesmo: frustrei os planos de Deus pra minha vida.

Naquele momento passou a vida de São Pedro na minha cabeça. Pedro foi um apóstolo muito querido do Mestre. Testemunhou inúmeros milagres bem como a infinita bondade e divindade de Jesus. Isso, entretanto, não o impediu de negar Jesus três vezes um pouco antes da paixão. Então, quando Jesus queria delegar a ele o comando da Igreja nascente, Nosso Senhor faz uma pergunta a ele: “Pedro, tu me amas?”. E ele responde: “Sim, Senhor, eu te amo”. E Jesus torna a perguntar: “Tu me amas? Ao que ele responde novamente: “sim Senhor, eu te amo”. E então Jesus pergunta pela terceira vez e Pedro se entristece, mas dá uma resposta que é uma das profissões de fé mais lindas das Sagradas Escrituras. Pedro diz: “Senhor, tu sabes tudo. Tu sabes que eu te amo”. Ah que lindo! Pedi então a São Pedro que me desse essa força, e que me ajudasse a não negar mais o que eu tinha bem claro no meu coração.

Então naquele momento que o Matt me perguntou eu disse:
“Matt, eu quero ter tantos filhos quantos Deus quiser que eu tenha”....
E aí sabe o que ele falou?????
“Resposta certa! Quer casar comigo???”
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

E foi assim, em plena Barra da Tijuca, na frente daquele marzão imenso na cidade maravilhosa que o amor da minha vida me pediu em casamento e confirmou o que eu já sabia: “ Deus não perde batalhas”.

Então pessoal, o nosso milagre aconteceu e continua acontecendo, não só na minha vida e na do Matt mas na de todos os que se confiam a Deus.

Teoricamente a história que eu queria contar acaba aqui. Porém, eu decidi continuar com o blog por mais algum tempo, pelo menos mais alguns meses antes do menininho lindo, fruto maior desse milagre, chegar. Porque como eu disse lá no primeiro post, a nossa história de amor é apenas o pano de fundo do propósito desse blog, cuja maior intenção é falar de fé e de tudo que concerne a isso. Por isso, ficarei mais um tempo.

Espero que vocês tenham gostado e se de todas as pessoas que leram um ou mais ou todos os posts se decidirem a seguir a Deus mais de perto, já vai ter valido a pena. Porque afinal de contas:
“Meu coração foi feito por Ti e não descansará enquanto não repousar em Ti”. Santo Agostinho

Mil beijos e fiquem com Deus!

4 comentários:

  1. Nossa que história linda Elisa !! Todas as vezes que eu leio seus posts me emociono
    Fiquem com Deus !!��������

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  2. que linda Fatima!! Muito obrigada! Amém, vcs tds Abduchs queridos aí tb! Bjaoo <3

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  3. Nossa Elisa!!! Nem acreditei quando uma amiga me recomendou o seu blog... Fui lendo, fui lendo.... Pensei: peraí eu conheço essa menina kkkkk lembra que assistíamos a missa em latim juntas!!!! Que demais, linda a sua história e o que Deus preparou para vc. Saudades bjs Popi

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    1. Popi!! Claro que eu me lembro: eu seguia a missa com vc e vc na maior paciência comigo! Que saudades! Amei que vc leu o blog!!
      Espero que esteja td bem c vc!
      Um beijo enorme!!

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