sábado, 24 de setembro de 2016

Bom dia/ boa noite pessoal!

O tema do blog de hoje é: “Jolie- Pitt, Bonner- Bernardes e a falta que Deus nos faz...”

Eu queria falar sobre a falta tamanha que Deus faz nas nossas vidas quando O colocamos de lado e em como, no dizer de uma autora que li ainda hoje, a civilização ocidental está cada vez mais tirando a importância da religião e da família das suas vidas...
Dessa forma então, eu vou voltar mais para o tema “casamento, família, filhos” mas acho que dá pra aplicar em qualquer situação da vida

Dividi em tópicos como em outros pra ficar mais fácil também...
Então aqui vai:

1-      Nem tudo são flores
Depois que eu li nessa semana que mais um “super” casal: Angelina Jolie e Brad Pitt tinham se separado, comecei a pensar que as pessoas hoje se casam achando que tudo vai ser um conto de fadas e que o casamento é um “test-drive”- se der certo bem, se não der.... Nem o casamento nem nada na vida que é nobre vem fácil. Basta pensar nas coisas que nós fizemos na nossa vida que nos dão orgulho: desde aprender a falar, nadar, andar de bicicleta, passar na faculdade, arrumar um bom emprego e se manter nele, passar no mestrado/ doutorado, cultivar as amizades... tudo isso dá trabalho e com o casamento não é diferente... Gostoso mesmo é sentar em frente ao mar e ficar tomando uma caipirinha na brisa... mas fica fazendo só isso na sua vida pra ver onde você chega...

No dia em que o Lucas nasceu (que já contei no outro post), eu passai aquele perrengue todo e depois que a cesárea acabou e eu voltei pro quarto, veio aquela alegria e alívio em todo mundo. Aí o Matt começou a tirar milhões de fotos... quando ele me mostrou a foto que ele tinha tirado de mim eu não acreditei!! Eu pensei: “Gente do céu, que coisa medonha é essa???”. Eu estava desfigurada. Depois de um tempo, quando eu já estava em casa eu olhei de novo aquela foto e pensei: “essa foto representa uma das facetas do casamento: ele não é apenas aquela foto mara de nós dois no dia em que recebemos o sacramento. O dia em que eu passei 5 horar no salão esticando meu cabelo, passando maquiagem, colocando um vestido lindo. O casamento também é essa cara horrorosa...” e que bom que a gente já percebeu...rs

2-      Deus arruma aquilo que a gente fez de errado
Filho não vem com manual de instrução. Isso é bem verdade e significa que nós, mães e pais, vamos errar (talvez muito) na criação deles, apesar de todo nosso amor e da nossa boa vontade. A boa notícia é que quando se coloca Deus no meio de tudo, e também na criação dos filhos, Deus vai concertando aquilo que fazemos de errado. 

Agora uma história: quando eu tinha uns 20 anos, eu fui a um churrasco com o pessoal que tinha estudado comigo no Sabin em Ribeirão. Eu morava na casa antiga e tinha um bebedouro lá fora. Antes de sair, eu fui lá beber água e meu pai estava lá fora e eu fui dar tchau. Eu estava com uma sainha mega curta (e ridícula por sinal) e meu pai falou pra mim: “Eu vou aumentar a sua mesada”. Eu não entendi e falei: “o que pai?”. Aí ele continuou: “Eu vou aumentar a sua mesada pra você comprar uma roupa com mais pano...”. Antes de ele terminar de falar eu já comecei a engolir o choro... claro que eu entendi o que ele queria dizer: que ele, como pai (e de quatro filhas), queria que eu encontrasse um dia um homem que me amasse não pela minha anatomia mas pelas minhas ideias, valores, temperamento...rs (o Matt ama meu temperamento latino...kkk, #sqn). Meu pai não deu esse feedback pra mim da forma, digamos, mais “ortodoxa”, e eu poderia até ter ficado bem traumatizada. Mas Deus, na sua infinita bondade, sabe que ele é um homem bom, que reza, que pede... então Deus “consertou” o jeito que ele falou pra mim e hoje eu sei muito bem o valor do pudor e da modéstia...e amo meu pai infinitamente...

O autor John Coverdale, em seu livro biografia sobre o beato Dom Alvaro, diz que um pai de família um dia pergunta a Dom Alvaro como tratar os filhos ao mesmo tempo com fortaleza e afeto. Dom Alvaro responde: “ Que eles te vejam sorrir... quando tiveres que os corrigir, não ponhas uma cara séria. Diz o que tens de dizer com um sorriso e não te preocupes...quando as pessoas sabem que as amamos, podemos dizer-lhes tudo, por muito que custe ouvir”

3-      Deus me ajuda a passar para os meus filhos o que eu tenho de melhor
Uma vez eu li uma frase que me deixou intrigada: “Os defeitos dos filhos são os erros dos pais”. Apesar de não concordar 100% com ela, sei que tem um fundinho de verdade.
Uma tarde depois que o Lucas nasceu, eu e o Matt resolvemos assistir o filme “Forrest Gump” de novo. Eu e ele amamos esse filme! Eu já assisti um milhão de vezes mas dessa vez eu prestei muita atenção em uma cena específica: é uma das últimas cenas do filme quando o Forrest vai visitar a Jane e tem um menininho na sala e ela diz a ele que o menino é seu filho. Assim que ela diz isso, o semblante dele muda e ele quase chorando começa a perguntar: “Is he... is he??”. Ele quer saber se o filho herdou a sua limitação intelectual (não fica claro no filme qual é o problema dele mas diz que o Forrest tinha um QI abaixo da média). O pavor dele era o menino sofrer todo o bullying que ele sofreu quando criança. Ela responde então que ele não se preocupasse pois o menino era um dos melhores alunos da escola. Na hora em que a Jane diz isso, a feição dele muda de forma esplêndida e o Tom Hanks (amo!) o interpreta com maestria....

Então a última história: quando o Lucas tinha umas quatro semanas, ele começou a ficar empipocadinho. Era uma alergia bem comum em bebês mas eu comecei a ler sobre isso no google (nem sempre é bom fazer isso) e vieram várias histórias bizarras. Comecei a ficar bem preocupada, só pensava naquilo, etc. Eis que fui então fazer minha oração e Deus me falou, através do Espírito Santo: “Por que te preocupas? Você não sabe que eu sou teu Pai e que não permito nada que não seja para o seu bem?”. Aí eu percebi como minha fé estava fraca e como eu havia me esquecido do mais importante...

Há um episódio da vida de Jesus com os apóstolos que nos diz bastante sobre isso. É quando Nosso Senhor aparece pra eles na barca e diz pra Pedro: “Vem”. Jesus testa a fé de São Pedro pedindo que ele andasse sobre as águas. São Pedro, em atenção à palavra do Mestre, começa a caminhar. Ele sabia que Jesus era o Filho do Homem, que podia tudo. Então ele começa a avançar pelas águas mas logo começa a fundar. E um dia me falaram: “por que Pedro começa a afundar?” Porque ele parou de olhar pra Jesus...quando nós desviamos o olhar do Mestre, quando nossa fé fraqueja, quando o peso das preocupações começa a nos sufocar, olhemos pra Jesus e Ele nos ajudará a caminhar até o final.

Por hoje é só. Mil beijos e fiquem com Deus!


sábado, 3 de setembro de 2016

Bom dia/ boa noite pessoal!

O tema do blog hoje é:  “O irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade amuralhada”

Eu resolvi falar sobre esse tema, que é uma frase da Bíblia e fala muito sobre a caridade e sobre como é importante ajudar- mas também aceitar ser ajudado.  E também como nós podemos usar todos os momentos e circunstâncias das nossas vidas pra rezar e pra servir e amar a Deus e ao próximo (mesmo aqueles momentos mais atarefados como a chegada de um bebê).
Então vamos lá:

Antes de o Lucas nascer eu achava que ia conseguir fazer muitas coisas, inclusive sozinha. Ledo engano!! Já nos primeiros dias de volta em casa com ele eu comecei a perceber como é desafiador criar um filho e como nós precisamos de ajuda (eu pelo menos preciso e muito).

Você volta pra casa com aquele serzinho todo frágil, 100% dependente de você, que chora mas não fala por que está chorando e você está com dor (o corte da cesárea fica doendo por semanas), com medo, e cheia de dúvidas. Então, depois que o Lucas nasceu eu comecei a ver como Deus vai nos moldando através dos fatos, aparando as nossas arestas (as arestas dos nossos defeitos e pecados) e Ele fez e está fazendo isso comigo maravilhosamente. Por que? Porque eu tinha mania de ser muito autossuficiente, independente, querer tudo do meu jeito. E quando você começa a ter que pedir ajuda até pra ir ao banheiro (sim, porque seu bebê pode chorar bem nessa hora), qualquer resquício de autossuficiência vai por água abaixo.

Eu tenho uma amiga de Ribeirão que sempre me falava: “Pára com essa sua mania de excesso de independência”. A maternidade deu um xeque-mate no meu excesso de independência. Se tem uma fase da vida da mulher em que ela vai precisar- e MUITO- de ajuda é quando ela volta pra casa do hospital com um bebê recém-nascido.

É claro que é bom ser independente: ter pensamento próprio, independência financeira, ter atitude, etc. Mas quando nós temos “excesso” de independência, isso pode estar mascarando alguns defeitos/pecados, como era no meu caso: impaciência, falta de caridade e claro, um bom tanto de soberba, que no fim é a raiz de todos os outros pecados.

A outra consequência maravilhosa de passar por uma fase dessas, é que nós percebemos que o ser humano só é feliz se  ajuda e se deixa ser ajudado. Isso é a base do princípio da caridade, que por sua vez é a maior mensagem de Cristo: “amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo”.  E por sua vez, a caridade traz uma enorme alegria a quem a põe em pratica.

Um dos meus filmes preferidos “Um grande garoto” fala bastante sobre isso.  Nele o ator Hugh Grant interpreta o tipo “bom vivant”: um homem dos 30/40 anos, bonitão, mulherengo, cheio da grana e zero de virtudes: não trabalha, não ajuda ninguém e se envolve com todas as mulheres possíveis (apenas fisicamente e nunca psicologicamente). Ele vive dos royalties de um jingle que ele fez há um tempão e que fez muito sucesso. No começo do filme ele diz um pensamento seu: “o homem é uma ilha”. Ele acha que o ser humano deve viver isolado e não precisa de ajuda e também não precisa ajudar ninguém. Então no filme ele conhece esse garoto todo problemático cuja mãe é depressiva-suicida e que sofre muito bullying na escola. O menino meio que começa a perseguir o Hugh Grant e desses encontros nasce uma amizade totalmente improvável. O mais bonito do filme é que o personagem do Hugh Grant acaba ajudando o menino mas o menino, contrariando todas as expectativas, o ajuda incrivelmente, especialmente fazendo vê-lo que, como diz na Bíblia:  “há mais alegria em dar que receber”.

As primeiras semanas com o Lucas- Timolino (esse é o apelido que dei a ele e pegou..rs) foram muito intensas. E eu agradeço a Deus não ter tido apenas ajuda física mas também espiritual.

Eu comecei a entender (e não me entendam mal) por que alguns casais começam a brigar depois da chegada de um filho (e acho que em especial o primeiro). Algo que deveria ser- e É- a maior bênção na vida de um casal,  pode acabar trazendo brigas. O cansaço é extremo, as dúvidas, as inseguranças... tudo isso pode afetar a vida dos dois. Mas a boa notícia é que, com oração e a ajuda de Deus, tudo passa e depois que passa, você percebe que o amor entre o casal fica ainda maior e melhor. Hoje eu olho pro Matt trocando fralda, fazendo o Lucas dormir, se desdobrando de cuidados com a gente e eu não acredito que o meu amor por ele pode ter ficado ainda maior que antes... e com certeza ficou!!

Eu posso dizer também com toda a certeza, que no plano humano, a ajuda que eu recebi e continuo recebendo foi maravilhoso mas também e PRINCIPLAMENTE, a ajuda que eu recebi e recebo no plano espiritual. As minhas normas de piedade (meu plano de vida: oração, terço, leitura, ect) me ajudaram muito a passar por essa fase e crescer e amadurecer com ela. No começo eu ficava um pouco frustrada porque eu já não tinha mais aquele tempo sossegado pra fazer minhas normas, mas aí Deus me mostrou- também pela oração- que o que Ele queria de mim agora era justamente isso: que eu tentasse fazer minhas orações mesmo cansada, com o Timolino muitas vezes pendurado em mim.... por exemplo eu comecei a rezar o terço de madrugada enquanto eu o amamento. Uma madrugada de quarta-afeira pra quinta-feira eu estava rezando os mistérios gozosos e cochilei...kkk. Depois eu não lembrava mais onde eu havia parado...kkk. Então eu primeiramente caí na tentação de abandonar e não rezar mais meus tercinhos de madrugada...

Foi então que eu peguei o livro “Saxum”- que estou lendo agora- e fala sobre a vida de Dom Alvaro e o autor diz que Dom Alvaro logo no início do Opus Dei estava tendo uma vida muito agitada mas como ele era muito santo, ele queria continuar tendo as atividades de formação. Então ele chegou um dia de viagem exausto e foi assistir ao recolhimento que São Josemaria estava pregando. Acontece que ele dormiu o tempo inteiro. As pessoas que estavam assistindo ao recolhimento ficaram muito incomodadas mas São Josemaria disse que aquela meia hora que ele havia passado dormindo havia subido ao céu também em forma de oração... ah que lindo! Eu então entendi que essas orações feitas de madrugada, meio dormindo, meio acordada, também chegam a Deus e eu com certeza vou saber, talvez em breve, talvez só no céu, quantas graças elas me renderam...

Por hoje é só.

Mil beijos e fiquem com Deus!