Bom dia/ boa noite pessoal!. O
post de hoje se chama:
“Lares luminosos e alegres”
Vou começar explicando porque o
tema do post é esse.
Bom, nós ainda estamos em janeiro
e começo de ano é aquela época em que nós fazemos planos, traçamos os projetos
para o ano que virá, criamos expectativas, etc.
Pois bem, no início desse ano eu me fiz alguns propósitos pequenos e um
bem grande: “eu vou fazer de tudo esse ano pra que minha família- O Matt, Lucas
e eu- sejamos uma família que habita um “lar luminoso e alegre”. (essa é uma
homilia linda de São Josemaria Escrivá, caso alguém tenha interesse). Mas eu
sabia, desde antes de me propor esse desafio que ele não seria fácil.
E eu sei bem que quem não planta,
não colhe. Quando eu entrei na faculdade em Araraquara foi aquela festa. Eu tinha
a inocência de achar que ter entrado numa faculdade boa (pelo menos com boa
fama), era suficiente pra me garantir um futuro brilhante. Eu achava então que
apenas com um mínimo (e bota mínimo nisso) esforço eu conseguiria ser trainee
das melhores multinacionais. Acontece então que eu não fiz nada do que deveria
ter feito: participar de empresa junior, fazer iniciação científica, ajudar os
professores com atividades extra, etc. Assim
que eu me formei eu paguei o preço amargo da arrogância e da preguiça. Mas aprendi
a lição e hoje eu penso sempre sobre qual rumo minha vida está tomando (e nas
quatro esferas: pessoal, profissional, social e espiritual).
Mas voltando: então eu comecei a
pensar que a minha família é o que eu tenho de mais precioso e que eu devo “trabalhar”
todos os dias pra que ela seja uma família feliz e piedosa. No livro que estou
lendo “Todos os caminhos levam à Roma”, a Kimberly Hahn compara o casamento
dela e do Scot Hahn com as estações do ano e ela vai narrando: o verão, o
outono, até que chegou o inverno para eles, etc. Pois bem, acho que meu casamento também,
apesar de estar casada há apenas 15 meses, já passou por diferentes estações. Nós
nos casamos em outubro de 2015 e logo depois eu descobri que Deus havia nos
dado a enorme bênção da maternidade/paternidade. Esses nove primeiros meses
foram o verão mais colorido e fun” da minha vida.
Depois que o Lucas nasceu as
coisas mudaram um pouco. Ele fez 6 meses semana passada e nesse espaço de tempo
eu passei por algumas fases e a mais difícil foi quando minha mãe foi embora de
Brisbane (quando ele já estava com quase 3 meses). A fase anterior, logo quando
ele nasceu, apesar de todas as mudanças tremendas que chegam com o primeiro
filho, não foi a mais difícil. Nós estávamos tão apaixonados, tão maravilhados
com aquele serzinho tão lindo e tão precioso que eu mal dei conta de qualquer
outra coisa (apesar dos dias de choro logo após o parto, as dores da cesárias, as
dúvidas, etc)
Porém, minha mãe tinha que voltar
para o Brasil. Eu nunca vou esquecer esse dia: dia primeiro de outubro de 2016.
Assim que nós a deixamos no aeroporto e voltamos pra casa, nada me consolava. Eu
cheguei à conclusão que se algum dia eu tivesse que ter depressão (clinicamente
falando), esse dia havia chegado. Eu e o Matt então tivemos que nos readaptar à
rotina e a todos os afazeres que nós estávamos acostumados a ter a ajuda
preciosa da minha mãe. Nessa nova faze eu pude ver como vários defeitos meus
estavam meio que “dormindo” e eles estavam querendo acordar: meu egoísmo,
preguiça de algumas atividades específicas, soberba na hora de pedir perdão,
falta de espírito de serviço em especial nos dias de extremo cansaço, etc. e
claro, os vários momentos de dúvidas e aflição: cólicas intermináveis, vacinas,
mudanças de fases e etc. Então, em todos esses momentos, como minha mãe já
tinha ido embora, eu recorria à Nossa Senhora e falava: “mãesinha, já que minha
mãe da Terra não está mais aqui comigo, você me ajude por favor”.
Conta-se que
um senhor protestante estava restaurando uma catedral na Itália e entrou uma
moça e começou a rezar de forma muito piedosa. Ele então começou a dizer,
provocando-a: “eu sou Jesus!”, “eu sou Jesus”.. e disse isso várias vezes. Lá pelas
tantas a moça deu um grito: “Cala-te! Estou falando com a tua mãe!!”. Maria é
muito poderosa. Ela é a mãe do nosso salvador e sempre pede pra Ele por nós. Como diz minha sogra: “Ask Mary and
she will ask her boy”.
Voltando: o padre Peter meu
diretor espiritual aqui em Brisbane estava contando uma história no último recolhimento
sobre um casal neozelandês que não podia ter filhos e então resolveu adotar uma
criança russa. Quando foram finalizar o processo esse casal descobriu que essa
criança tinha quatro irmãos mais velhos e então eles resolveram adotar as
quatro crianças! Depois de um tempo já com as crianças em casa esse moço disse:
“antes de me tornar pai eu me considerava um cara paciente”...kkkk. Brincadeiras à parte, eu acho que
a maternidade / paternidade além de maravilhosa por si só (ter uma criança nos
seus braços é algo indescritivelmente maravilhoso), é algo que também nos torna
melhores.
Mas a responsabilidade é enorme. Se
nós pensarmos que cada pessoa maravilhosa que nós conhecemos e cada carrasco
que vive por aí veio de uma família- por mais desestruturada que seja- nós
começamos a ver a grandeza da missão de cada pai e cada mãe. O padre Francisco
Faus fala, e com toda razão, que a família é a célula básica da sociedade e que
se essa célula adoece, toda a sociedade adoece junto.
Esses dias conversando com o Matt
no jantar sobre isso, ele me contou uma coisa muito fofa sobre esse mesmo casal
que citei acima: o Scott e a Kimberly Hahn. Ele disse a primeira palavra que um
dos seus filhos disse pela primeira vez foi :”pope”!! (que significa “papa” em
inglês). Essa historinha parece bobinha mas é emblemática: quem conhece um
pouco dessa família sabe que eles respiram santidade... e estão com certeza
fazendo um bom trabalho! . O que nós estamos ensinando aos nossos filhos? Eles aprendem
do exemplo muito mais que das nossas palavras (em especial se elas não condizem
com o modo como nós agimos)
Então tem outra história que eu
achei igualmente linda. Conta-se que o papa João XXIII quando foi eleito bispo
foi visitar sua mãe e mostrou o anel do bispado pra ela e disse: “olha mãe, que
coisa me fizeram? Que grande responsabilidade a minha agora??” , ao que ela
respondeu: “filho, as nossas responsabilidades são as mesmas. Essa aliança só
está aí na sua mão porque essa aqui está na minha” e mostrou sua aliança de
casada. Mãe santa, filhos santos. Ou como uma amiga minha sempre diz: “mãe de
joelhos, filhos de pé”.
Por hoje é só. Mil beijos e
fiquem com Deus!