“Uma mulher com enxaqueca não
pode ser mãe”- a maternidade, as cruzes fabricadas e as cruzes permitidas por
Deus.
Bom, a primeira parte do título
do post é meio estranha e antes que
alguma mulher lendo isso pense: “Como assim? Como uma mulher que tem enxaqueca
não pode ser mãe??”, eu vou explicar (e eu tenho enxaqueca desde que me conheço
por gente... e uma mulher com enxaqueca pode sim ser mãe...)
Explicando: nos dez anos em que
eu passei solteira procurando meu José, algumas vezes eu desanimava da minha
busca e começava a ter uns pensamentos estranhos na minha cabeça. Então eu me
lembro de algumas vezes pensar: “Já sei porque que Deus não permite que eu
encontre meu José, me case e tenha a minha família: porque eu tenho enxaqueca!!”...kkkkk.
Sério! Eu cheguei mesmo a pensar isso e mais de uma vez. Pra tentar explicar um
pouco melhor: eu tinha crises homéricas de enxaqueca, de ter que ir para o
hospital e ficar internada. E toda vez que isso acontecia eu pensava: “ainda
bem que eu não tenho filho porque eu não estou dando conta nem de mim...”
Bom, ironia ou não, eu me casei e
.... tive filho! Então, em novembro do ano passado nós resolvemos ir pro Brasil
pra apresentar o Lucas pra todo mundo e também tirar umas férias. Eu estava
MUITO tensa, por todos os motivos. O Lucas não tinha nem 4 meses e a viagem é
muito longa. Nós decidimos então ir “quicando” até o Brasil e fazer uma parada em Buenos Aires e
encontrar minha mãe la, depois ir pra São Paulo e dormir mais uma noite e só
então chegar em Ribeirão. Bom, foi tudo dando certo até a hora em que nós
chegamos em Guarulhos. A hora que a gente passou pela alfândega eu já vi que
havia algo de errado. Eu estava com muita dor de cabeça e enjoo. Mas fui indo. A
hora que a gente chegou no hotel eu falei pra minha mãe: “fica com o Lucas que eu preciso vomitar”. Não vou contar mais
detalhes porque é meio, digamos, não muito salutar...kkk. Eu só vou falar uma
coisa: eu me lembro de estar no banheiro segurando minha cabeça com o braço e
pensando: “meu Deus, me ajude”. E o problema maior é que o Lucas só mamava no
peito e nunca pegou a mamadeira, ou seja, eu escutava na minha cabeça: “Elisa,
pedala!!! Agora não é hora de esmorecer”. Por que eu contei isso? Pra falar
que, mesmo com todos os nossos problemas e limitações (que são muitos), Deus
nos ajuda e sempre. São Josemaria dizia: “a quem faz o que pode, Deus não nega
a sua graça”. E o que eu, como mãe, podia fazer naquela hora? Rezar e confiar
em Deus que no final ia dar tudo certo... e deu...
Qual é a outra lição que eu quero
tirar e contar aqui no blog? Que muito dos nossos sofrimentos vêm da nossa
imaginação, de querermos prever um futuro que ainda não chegou e que muitas
vezes nem chegará. São as famosas “cruzes fabricadas”. Porque existem as cruzes
permitidas por Deus (que são boas, nos
purificam e nos fortalecem) mas também há aquelas cruzes fabricadas cujo
sofrimento é estéril .
Santa Teresa dizia: “A cada dia,
basta seu cuidado”..
A outra coisa que eu queria considerar
é essa: o fruto que a cruz permitida por Deus traz. Logo depois que eu cheguei
no Brasil fui conversar com o querido padre Augusto que foi meu diretor espiritual
durante um bom tempo. Assim que nós começamos a conversar ele me perguntou como
eu estava e eu falei: “eu to muito feliz mas exausta”...rs. aí ele me contou
algo sobre São Josemaria que eu deu muita força e que eu nunca mais vou me
esquecer. Ele disse que São Josemaria durante a primeira década depois da
fundação do Opus Dei estava exausto, com um desafio imenso pela frente (que era
a fundação da Obra e da sua mensagem). Não era nada fácil enfrentar todos os
inúmeros obstáculos que ele teve que enfrentar. Então, muitos anos mais tarde
ele confessou aos amigos mais íntimos que durante toda essa primeira década,
toda noite quando ele ia dormir, ele estava tão cansado que não sabia se ia
conseguir se levantar no dia seguinte e toda manhã ao acordar, ele também
estava tão exausto que não sabia se ia conseguir chegar até a noite”. Então o
padre Augutso concluiu: “Elisa, você está construindo sua família. É um ideal
muito nobre e muito grande. Não teria como ser fácil. Mas Deus não negará a sua graça”. Então: em
frente.
Como disse Nosso Senhor a São
Paulo em meio a todas as perseguições e sofrimentos: “basta-te a minha graça”.
Por hoje é só.
Mil beijos e fiquem com Deus!
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