terça-feira, 11 de abril de 2017

“Uma mulher com enxaqueca não pode ser mãe”- a maternidade, as cruzes fabricadas e as cruzes permitidas por Deus.

Bom, a primeira parte do título do post  é meio estranha e antes que alguma mulher lendo isso pense: “Como assim? Como uma mulher que tem enxaqueca não pode ser mãe??”, eu vou explicar (e eu tenho enxaqueca desde que me conheço por gente... e uma mulher com enxaqueca pode sim ser mãe...)

Explicando: nos dez anos em que eu passei solteira procurando meu José, algumas vezes eu desanimava da minha busca e começava a ter uns pensamentos estranhos na minha cabeça. Então eu me lembro de algumas vezes pensar: “Já sei porque que Deus não permite que eu encontre meu José, me case e tenha a minha família: porque eu tenho enxaqueca!!”...kkkkk. Sério! Eu cheguei mesmo a pensar isso e mais de uma vez. Pra tentar explicar um pouco melhor: eu tinha crises homéricas de enxaqueca, de ter que ir para o hospital e ficar internada. E toda vez que isso acontecia eu pensava: “ainda bem que eu não tenho filho porque eu não estou dando conta nem de mim...”

Bom, ironia ou não, eu me casei e .... tive filho! Então, em novembro do ano passado nós resolvemos ir pro Brasil pra apresentar o Lucas pra todo mundo e também tirar umas férias. Eu estava MUITO tensa, por todos os motivos. O Lucas não tinha nem 4 meses e a viagem é muito longa. Nós decidimos então ir “quicando” até o  Brasil e fazer uma parada em Buenos Aires e encontrar minha mãe la, depois ir pra São Paulo e dormir mais uma noite e só então chegar em Ribeirão. Bom, foi tudo dando certo até a hora em que nós chegamos em Guarulhos. A hora que a gente passou pela alfândega eu já vi que havia algo de errado. Eu estava com muita dor de cabeça e enjoo. Mas fui indo. A hora que a gente chegou no hotel eu falei pra minha mãe: “fica com o Lucas  que eu preciso vomitar”. Não vou contar mais detalhes porque é meio, digamos, não muito salutar...kkk. Eu só vou falar uma coisa: eu me lembro de estar no banheiro segurando minha cabeça com o braço e pensando: “meu Deus, me ajude”. E o problema maior é que o Lucas só mamava no peito e nunca pegou a mamadeira, ou seja, eu escutava na minha cabeça: “Elisa, pedala!!! Agora não é hora de esmorecer”. Por que eu contei isso? Pra falar que, mesmo com todos os nossos problemas e limitações (que são muitos), Deus nos ajuda e sempre. São Josemaria dizia: “a quem faz o que pode, Deus não nega a sua graça”. E o que eu, como mãe, podia fazer naquela hora? Rezar e confiar em Deus que no final ia dar tudo certo... e deu...

Qual é a outra lição que eu quero tirar e contar aqui no blog? Que muito dos nossos sofrimentos vêm da nossa imaginação, de querermos prever um futuro que ainda não chegou e que muitas vezes nem chegará. São as famosas “cruzes fabricadas”. Porque existem as cruzes permitidas por Deus  (que são boas, nos purificam e nos fortalecem) mas também há aquelas cruzes fabricadas cujo sofrimento é estéril .

Santa Teresa dizia: “A cada dia, basta seu cuidado”..

A outra coisa que eu queria considerar é essa: o fruto que a cruz permitida por Deus traz. Logo depois que eu cheguei no Brasil fui conversar com o querido padre Augusto que foi meu diretor espiritual durante um bom tempo. Assim que nós começamos a conversar ele me perguntou como eu estava e eu falei: “eu to muito feliz mas exausta”...rs. aí ele me contou algo sobre São Josemaria que eu deu muita força e que eu nunca mais vou me esquecer. Ele disse que São Josemaria durante a primeira década depois da fundação do Opus Dei estava exausto, com um desafio imenso pela frente (que era a fundação da Obra e da sua mensagem). Não era nada fácil enfrentar todos os inúmeros obstáculos que ele teve que enfrentar. Então, muitos anos mais tarde ele confessou aos amigos mais íntimos que durante toda essa primeira década, toda noite quando ele ia dormir, ele estava tão cansado que não sabia se ia conseguir se levantar no dia seguinte e toda manhã ao acordar, ele também estava tão exausto que não sabia se ia conseguir chegar até a noite”. Então o padre Augutso concluiu: “Elisa, você está construindo sua família. É um ideal muito nobre e muito grande. Não teria como ser fácil.  Mas Deus não negará a sua graça”. Então: em frente.

Como disse Nosso Senhor a São Paulo em meio a todas as perseguições e sofrimentos: “basta-te a minha graça”.

Por hoje é só.
Mil beijos e fiquem com Deus!



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