sábado, 11 de agosto de 2018


Bom dia/ boa noite pessoal!

Uma vez, faz já um bom tempo, eu e uma querida amiga que é agnóstica estávamos combinando de sair e eu disse a ela que só iria depois da missa. Ela falou: “Nossa, Susi, não sei como você consegue rezar tanto”...kkkk

Acho que na época eu não respondi nada mas hoje em dia, especialmente depois dessa semana eu penso: “E se eu não rezasse? Com certeza eu não aguentaria o tranco de alguns dias...”
Então esse post vai ser basicamente sobre essa minha ultima semana.

Quando meus pais compraram a passagem deles pra vir pra Australia pelo nascimento da nossa Bernadette, eu me lembro que pensei:  5 de agosto vai ser o dia mais difícil do ano pra mim e a semana subsequente também. Porém eu não sabia que seria tanto.

Então, domingo passado nós fomos levar minha mãe ao aeroporto, nos despedimos e voltamos pra casa naquele clima de chororô. O Lucas já estava gripado, com aquela tosse que não passa e o nariz escorrendo. Porém a Bernadette também estava meio diferente, com o nariz meio entupido e com dificuldade pra mamar. Na segunda-feira eu e o Matt acordamos mal....só pra fechar com chave de ouro.

Mas vou resumir um pouco o que veio depois. Eu passei a segunda-feira inteira me revezando entre cuidar de um, de outro e ir fazendo as coisas mais necessárias porque não dava pra fazer nada de extraordinário mesmo... no final da tarde, quando o Matt chegou do trabalho eu falei pra ele que iria levar a Bernadette pro hospital porque ela havia piorado. Ele ficou em casa com o Lucas pra poupá-lo um pouco, já que ele estava doente e estava muito frio. No hospital me disseram que ela estava com bronquiolite, que o caso dela estava brando e me disseram que não precisaria fazer nada, só continuar dando mama o mais frequentemente possível e lavar o nariz. Um pouco antes de nós irmos embora o médico veio falar comigo e ele me disse: “é bronquiolite mesmo. Essa doença tem alguns estágios então provavelmente ela vai piorar um pouco antes de melhorar. E eu me lembro de pensar: “então as coisas ainda vão ficar piores? Não tem um “circuit braker disso?”...

No dia seguinte, terça-feira foi a mesma ginastica insana entre cuidar dos dois doentes...

Porém foi a quarta-feira o dia mais pesado. No meio da tarde a Bernadette acordou e quando eu fui pegá-la do bercinho ela vomitou de jato. No hospital me disseram que esse era um dos sinais pra ficar alerta e caso acontecesse, leva-la de novo pra lá. No entanto esse não foi o único acontecimento assustador. Quando eu a coloquei na minha cama pra trocá-la, o lábio dela estava ficando roxo. Então eu a peguei com o braço esquerdo, dei a mão pro Lucas com o direito e fomos descendo a escada pra descer e ligar pro Matt vir correndo pra casa. Nisso, o Lucas pára no meio da escada, puxa minha mão e começa a dar tchau pro vômito da Bernadette (kkkkk). Até no meio do caos é possível dar risada... especialmente se o caos envolve crianças...eu falava pra ele: “ok Zizi, a mamãe já deu tchau pro vômito... vamos ligar pro papai”. Mas ele continuava me puxando no meio da escada e falando: “arggggg” e dando tchau. Eu só pensava uma coisa: “anjinho da guarda, nos ajude pra nós três não espatifarmos lá em baixo”

Enfim... nem vou contar sobre o resto da semana porque vai ficar muito monótono pra vocês. Mas a semana continuou super punk. Agora eu só queria falar sobre algumas coisas que aprendi depois dessa semana:

A primeira é que, como diz minha cunhada:  “nada como um filho doente pra envelhecer a gente uns 10 anos...”. True story! Eu preciso de um tratamento rejuvenescedor ASAP!!!
A segunda coisa que eu aprendi é que nós devemos manter, independentemente das circunstancias, a paz a qualquer preço. Deus só habita um coração em paz. Há até uma passagem dos Evangelhos que fala sobre o profeta Elias. Vem um vento fortíssimo, depois um terremoto e depois fogo. Mas somente quando vem uma brisa suave é que o profeta fala com Deus. Eu sempre me lembro disso: Deus é sempre como uma brisa suave... mesmo no meio do furacão.

A segunda coisa que eu aprendi é que quando Deus permite um período turbulento nas nossas vidas, Ele quer que a gente reze mais porque a oração nos transforma e nos aproxima dEle.  E o melhor: muita gente ao nosso redor se beneficia disso. Eu vejo por exemplo, como nessa ultima semana, minha família passou a rezar muito mais, pedindo por nós. Não somente eu e o Matt mas também minha família no Brasil. Toda vez que meu pai, minha mãe e meus irmãos me mandavam uma mensagem ou me ligavam pra saber como as coisas estavam indo, eles sempre falavam: “estamos rezando...”, “acabamos de rezar o terço aqui “, “acabei de sair da igreja tal e estava lá diante do Santissimo pedindo por vocês”.... isso é muito bom!

E a ultima conclusão é que Deus nos molda através dos perrengues nossos do dia-a-dia. Ele quer que nós amadureçamos nas virtudes, no abandono nas mãos dEle.

Esses dias eu li que certa vez, Santo Antão foi atormentando pelo demônio durante uma noite inteira (fato que Deus permite na vida de muitos santos). O santo sofreu muito e quando amanheceu e ele se viu em paz novamente, ele se queixa pra Deus e fala:  “ por que o Senhor permitiu isso? onde é que Tu estavas?” e Deus responde a ele: “Eu estava aqui do seu lado o tempo todo. Mas queria te ver lutar”. Quando nós lutamos, e o fazemos por Deus, nós amadurecemos nas virtudes: na fortaleza, na paciência, no amor, na confiança nos planos de Deus”
Eu acho que essa semana eu ouvi de Deus: “Elisa, eu estava do teu lado o tempo todo. Mas queria te ver lutar”.
Por hoje é só.
Mil beijos e fiquem com Deus!

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