Bom dia/ boa noite pessoal!
Uma vez, faz já um bom tempo, eu
e uma querida amiga que é agnóstica estávamos combinando de sair e eu disse a
ela que só iria depois da missa. Ela falou: “Nossa, Susi, não sei como você
consegue rezar tanto”...kkkk
Acho que na época eu não respondi
nada mas hoje em dia, especialmente depois dessa semana eu penso: “E se eu não
rezasse? Com certeza eu não aguentaria o tranco de alguns dias...”
Então esse post vai ser
basicamente sobre essa minha ultima semana.
Quando meus pais compraram a passagem
deles pra vir pra Australia pelo nascimento da nossa Bernadette, eu me lembro
que pensei: 5 de agosto vai ser o dia
mais difícil do ano pra mim e a semana subsequente também. Porém eu não sabia
que seria tanto.
Então, domingo passado nós fomos
levar minha mãe ao aeroporto, nos despedimos e voltamos pra casa naquele clima
de chororô. O Lucas já estava gripado, com aquela tosse que não passa e o nariz
escorrendo. Porém a Bernadette também estava meio diferente, com o nariz meio
entupido e com dificuldade pra mamar. Na segunda-feira eu e o Matt acordamos
mal....só pra fechar com chave de ouro.
Mas vou resumir um pouco o que
veio depois. Eu passei a segunda-feira inteira me revezando entre cuidar de um,
de outro e ir fazendo as coisas mais necessárias porque não dava pra fazer nada
de extraordinário mesmo... no final da tarde, quando o Matt chegou do trabalho
eu falei pra ele que iria levar a Bernadette pro hospital porque ela havia
piorado. Ele ficou em casa com o Lucas pra poupá-lo um pouco, já que ele estava
doente e estava muito frio. No hospital me disseram que ela estava com bronquiolite,
que o caso dela estava brando e me disseram que não precisaria fazer nada, só
continuar dando mama o mais frequentemente possível e lavar o nariz. Um pouco
antes de nós irmos embora o médico veio falar comigo e ele me disse: “é
bronquiolite mesmo. Essa doença tem alguns estágios então provavelmente ela vai
piorar um pouco antes de melhorar. E eu me lembro de pensar: “então as coisas
ainda vão ficar piores? Não tem um “circuit braker disso?”...
No dia seguinte, terça-feira foi
a mesma ginastica insana entre cuidar dos dois doentes...
Porém foi a quarta-feira o dia
mais pesado. No meio da tarde a Bernadette acordou e quando eu fui pegá-la do
bercinho ela vomitou de jato. No hospital me disseram que esse era um dos
sinais pra ficar alerta e caso acontecesse, leva-la de novo pra lá. No entanto
esse não foi o único acontecimento assustador. Quando eu a coloquei na minha
cama pra trocá-la, o lábio dela estava ficando roxo. Então eu a peguei com o
braço esquerdo, dei a mão pro Lucas com o direito e fomos descendo a escada pra
descer e ligar pro Matt vir correndo pra casa. Nisso, o Lucas pára no meio da
escada, puxa minha mão e começa a dar tchau pro vômito da Bernadette (kkkkk). Até
no meio do caos é possível dar risada... especialmente se o caos envolve
crianças...eu falava pra ele: “ok Zizi, a mamãe já deu tchau pro vômito...
vamos ligar pro papai”. Mas ele continuava me puxando no meio da escada e
falando: “arggggg” e dando tchau. Eu só pensava uma coisa: “anjinho da guarda,
nos ajude pra nós três não espatifarmos lá em baixo”
Enfim... nem vou contar sobre o
resto da semana porque vai ficar muito monótono pra vocês. Mas a semana
continuou super punk. Agora eu só queria falar sobre algumas coisas que aprendi
depois dessa semana:
A primeira é que, como diz minha
cunhada: “nada como um filho doente pra
envelhecer a gente uns 10 anos...”. True story! Eu preciso de um tratamento
rejuvenescedor ASAP!!!
A segunda coisa que eu aprendi é
que nós devemos manter, independentemente das circunstancias, a paz a qualquer
preço. Deus só habita um coração em paz. Há até uma passagem dos Evangelhos que
fala sobre o profeta Elias. Vem um vento fortíssimo, depois um terremoto e
depois fogo. Mas somente quando vem uma brisa suave é que o profeta fala com
Deus. Eu sempre me lembro disso: Deus é sempre como uma brisa suave... mesmo no
meio do furacão.
A segunda coisa que eu aprendi é
que quando Deus permite um período turbulento nas nossas vidas, Ele quer que a
gente reze mais porque a oração nos transforma e nos aproxima dEle. E o melhor: muita gente ao nosso redor se
beneficia disso. Eu vejo por exemplo, como nessa ultima semana, minha família passou
a rezar muito mais, pedindo por nós. Não somente eu e o Matt mas também minha família
no Brasil. Toda vez que meu pai, minha mãe e meus irmãos me mandavam uma
mensagem ou me ligavam pra saber como as coisas estavam indo, eles sempre
falavam: “estamos rezando...”, “acabamos de rezar o terço aqui “, “acabei de
sair da igreja tal e estava lá diante do Santissimo pedindo por vocês”.... isso
é muito bom!
E a ultima conclusão é que Deus
nos molda através dos perrengues nossos do dia-a-dia. Ele quer que nós
amadureçamos nas virtudes, no abandono nas mãos dEle.
Esses dias eu li que certa vez,
Santo Antão foi atormentando pelo demônio durante uma noite inteira (fato que
Deus permite na vida de muitos santos). O santo sofreu muito e quando amanheceu
e ele se viu em paz novamente, ele se queixa pra Deus e fala: “ por que o Senhor permitiu isso? onde é que
Tu estavas?” e Deus responde a ele: “Eu estava aqui do seu lado o tempo todo.
Mas queria te ver lutar”. Quando nós lutamos, e o fazemos por Deus, nós amadurecemos
nas virtudes: na fortaleza, na paciência, no amor, na confiança nos planos de
Deus”
Eu acho que essa semana eu ouvi
de Deus: “Elisa, eu estava do teu lado o tempo todo. Mas queria te ver lutar”.
Por hoje é só.
Mil beijos e fiquem com Deus!
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