Bom dia/ boa noite pessoal!
Hoje o post vai ser pesado como o
terceiro mas é bem importante falar sobre ele...
Muito obrigada, como sempre, por
todas as mensagens e comentários maravilhosos! Vocês estão sempre nas minhas
orações!
Então vamos lá:
Por que vai ser pesado? Porque eu
vou contar sobre o que eu considero a minha segunda conversão (e última, pelo
menos até agora) . Apesar de que na verdade
nós devemos fazer a conversão do nosso coração diariamente. A Bíblia diz
que “o justo cai 7 vezes ao dia”. Mas de qualquer forma, eu considero uma
grande conversão essa fase e agora vou explicar por que.
Era o ano de 2009 e eu ainda
estava morando em sp e ainda trabalhando no Itau, numa área que eu amei e onde eu fiz grandes amigos (e que morro de
saudades!). Porém o ritmo estava puxado
e eu estava me sentindo bem cansada.
Em fevereiro de 2009 eu estava
passando um final de semana em Ribeirão e meu pai me chamou pra conversar e me
propôs que eu voltasse pra Ribeirão pra trabalhar com ele. Eu agradeci mas
declinei fortemente porque pra falar a
verdade não me via mais morando em Ribeirão. Eu gostava muito do meu trabalho
em sp, dos amigos e do fato de que em sp você pode ter mais de 30 anos e não
ser considerada um E.T. por ser solteira.
Mas acontece que nessa mesma
época (começo de 2009) eu comecei a “inchar”. Eu achava que eu estava
engordando e que deveria ser algum problema hormonal e sempre deixava a ida ao
médico pra depois. (É engraçado como às vezes nós negligenciamos nossa própria
saúde).
Mas o tempo foi passando e um
belo dia de maio de 2009 eu estava no trabalho e eu tive um momento epifânico.
Eu pensei comigo: “Vou voltar pra Ribeirão e vou trabalhar com meu pai”. Assim:
sem mais nem menos e depois ficou muito claro, pelo que aconteceu nos meses
seguintes, como foi a ação do Espírito Santo.
Eu então avisei meus chefes,
fiquei mais um mês no Itau e voltei com tudo pra Ribeirão no fim de junho de
2009. Quando fazia umas duas semanas que eu estava de volta, uma noite eu olhei
pras minhas pernas e pros meus pés e me deu um calafrio: eu estava desfigurada
de tão inchada. Fui mostrar pra minha mãe e ela na hora falou: “precisamos ir
ao médico urgente!”.
No dia seguinte eu fui parar em
uma médica nefrologista e nem precisou muito e ela me disse: “Elisa, você está
doente. Só não sabemos ainda o que você tem”. E naquele dia começaram os dois
meses mais longos e mais difíceis da minha vida.
A reação das pessoas quando se
deparam com a cruz, ou seja, com uma contrariedade (em especial as grandes), seja
ela uma doença, um revés econômico, a perda de um ente querido, um fracasso, geralmente é binária. Ou nós nos revoltamos (e
perdemos uma grande chance de tirar muitos frutos daquilo tudo) ou nós nos
abandonamos inteiramente nos braços de Deus e aí provavelmente é o começo de
uma fase profunda de conversão e purificação das nossas almas.
E graças a Deus comigo aconteceu a
segunda opção, embora não tenha sido nada fácil. Sim, porque uma das conclusões
que eu tirei com a minha doença é que quase ninguém está preparado o suficiente
pra receber a notícia de que está doente. Por mais fé e abandonado em Deus que
a pessoa esteja. O primeiro momento é sempre meio desconcertante e é exatamente
disso que Deus se serve pra ir nos melhorando .
Nessa época, além da notícia de
que eu estava doente, minha família também estava passando por uma crise
financeira e a grana estava bem curta lá em casa. Tudo parecia ter desabado e a
cruz de repente ficou pesada. Desde essa época então eu comecei a meditar com
frequência a paixão e morte de Jesus, que aliás, é um exercício maravilhoso
para todos os cristãos. Quando Jesus, depois de ter sido torturado ao extremo
está a caminho do Gólgota para ser
crucificado, e já com a cruz às costas, Ele cai três vezes com seu corpo
esgotado e chagado.. Então pedem (na verdade empurram) um homem chamado Simão Cirineu para ajuda-lo. Simão vai muito contrariado,
mas em poucos segundos sua vida é transformada pra nunca mais voltar a ser ao
que era antes. Diante daquele rosto com tanta dignidade apesar de todo
sofrimento, e daquele olhar tão doce como o de Jesus, Simão se converte. É isso o que acontece com a gente quando ao
carregarmos a cruz, olhamos pra Jesus, e não para o madeiro.
Voltando: então eu comecei aquela
batelada de exames, consultas , ultra-sons e tudo o mais. O pior pra mim não
era saber que eu estava doente, mas não saber o que eu tinha. Mas eu passei a
oferecer a Deus, contrariada como Simão, todo aquele peso...
Enfim... depois de quase dois
meses, em uma sexta-feira a noite tocou o telefone lá em casa as 19:30hs e era
do consultório onde eu estava me tratando. Quando o médico que está cuidando de
você liga na sua casa, em uma sexta-feira a noite, pode saber que vem chumbo
grosso. Resumindo, a médica disse que eu
teria que fazer uma biópsia. Aquela
palavra me deu um frio na barriga...mas não tinha outra alternativa: os
resultados dos exames até então não eram conclusivos... Então 4 dias depois eu
fui internada no HC pra fazer a biópsia.
Aquele dia eu não vou esquecer.
Eu fui internada numa terça-feira a tarde pra fazer a biópsia na manhã
seguinte. Minha mãe me levou como sempre e ficou até a hora de terminar o
horário de visitas. Quando ela foi embora e logo anoiteceu, eu resolvi dar uma
volta pelo hospital. Eu estava meio aflita. Então fui de pijamão azul e tudo dar
uma andada. Quando eu me vi ali naquele corredor com aquele monte de gente
desconhecida, me deu medo. Medo das agulhas que iam furar minhas costas no dia
seguinte e principalmente medo do resultado. Sim, porque a biópsia era o exame derradeiro:
depois o que viesse eu teria que encarar. Então eu comecei a rezar o terço. É
impressionante como Nossa Senhora é rápida em vir ao encontro das necessidades
dos seus filhos. Jesus, Nosso Senhor, nos deixou muitos presentes preciosos
antes de partir e um dos mais sagrados foi deixar sua mãe como nossa mãe e
intercessora junto a Deus, que como diz a ladainha, é “saúde dos enfermos e consoladora
dos aflitos”. E então eu fui rezando o terço e aquele pavor foi se
dissipando...a biópsia não doeu nada (de verdade) e eu nem vi passar..
Uma semana depois sairia o
resultado e essa parte é a que eu mais gosto de contar:
Numa segunda-feira de manhã fomos
eu e minha mãe ao dr Osvaldo (meu médico e pessoa maravilhosa!) e quando a
gente sentou na cadeira ele estava todo sorridente. Eu já fiquei super feliz. Então ele disse: “que notícia boa,
hein? Os residentes estavam todos curiosos pra saber se o resultado das lâminas
era esse mesmo. Porque ninguém acreditava que você teve tanta “sorte””!.
Bom, pra explicar e de forma
resumida: quando saiu o resultado da biópsia, foi confirmado que eu tinha uma
doença chamada “glomerulonefrite de lesões mínimas”, O nome é feio mas ela é
“ótima”..rs. Explicado: pelos sintomas, pela minha idade e por vários outros
fatores, os médicos achavam com quase toda certeza que eu teria: ou lúpus, ou
uma doença chamada GESF ou a que eu realmente tinha (que a chance era minúscula).
E pra quem é leigo como eu, explicando mais uma vez: era como se eu tivesse a
chance de: ser atropelada por um caminhão a 200 por hora, ser nocauteada por um
campeão de MMA ou levar um tapinha de um
bebê de 6 meses. E advinha? Eu levei o tapinha do bebê.
Nesse dia, depois dessa consulta
eu entendi perfeitamente que Deus havia me concedido mais um milagre e que por
incrível que pareça, o milagre maior nem era a doença em si (por ser super
branda) mas a transformação interior que ocorreu comigo naqueles dois meses.
Assim como a Simão de Cirene, Nosso Senhor me conquistou... pra nunca mais me deixar..
É isso por hoje.
Uma ótima e abençoada semana a
todos!
Mil beijos e fiquem com Deus!
Nossa!!! Mais um post lindo!!!!! Graças a Deus e a Nossa Senhora vc se apegou à segunda opção e se entregou, novamente, aos braços de Nosso Senhor que cuidou de vc!!!! Estou passando por um momento delicado na minha vida, há quase 4 meses perdi repentinamente um tio muito querido, e minha tia, infelizmente, optou pela primeira opção, mas Deus é tão incrível e tão PAI, que meses antes do meu tio falecer, deu para os dois de presente a gravidez da minha tia, depois de quase 12 anos da última gestação, já com quase 45 anos, mandou a Maria Fernanda para nossas (e principalmente deles) vidas e ela nasceu em setembro, ele faleceu no final de novembro! Ela tem sido o apoio, o conforto e a alegria da minha tia, diante de uma viuvez precoce! Além de tudo, ela é a única filha que é a cara do meu falecido tio! Deus é mesmo maravilhoso! Se não fosse a bebê, não sei como minha tia estaria agora... Bom, quando leio o post já fico ansiosa pelo próximo! Espero que ele venha logo! Vc está em minhas orações! bjs, Helô
ResponderExcluirOi Helo! Que lindo seu relato! Achei tão bonito que contei pro meu marido e ele mostra realmente como Deus faz coisas maravilhosas e tira um bem de todo mal. Que Deus abençoe a Maria Fernanda e a família da sua tia.
ResponderExcluirMuito obrigada pelo carinho e por compartilhar conosco!
Bjãoo