Bom dia/ boa noite pessoal!
Conforme prometido: o blog
segue em frente! Uhuuuu
Muito, muito obrigada por
todas as mensagens e feedbacks maravilhosos! Vibro com cada um e com certeza me
ajudaram a continuar.
Eu pensei muito sobre o que
falar nos próximos posts e cheguei à conclusão dos temas, em especial desse
tema de hoje, porque ele também é relacionado diretamente com o “nosso milagre”
e também porque falar do milagre é falar do processo que levou a ele, em tudo
que eu recebi de ensinamentos de pessoas maravilhosas, de livros, de retiros,
convívios, romarias, etc. Porque finalmente, como diz o título de um dos livros
do Scott Hahn: “todos os caminhos levam a Roma”.
Então, cada post a partir de
agora vai ter um tema, tipo um capítulo.
O capítulo de hoje se chama:
“Meu temperamento: meu caminho de santificação”
Essa história começou há
muitos e muitos anos quando minha família inteira, meus pais, meus quatro
irmãos e eu fazíamos direção espiritual com o mesmo sacerdote: o famoso padre
Zé Lino.
O meu pai e o padre Zé Lino
se davam muito bem provavelmente porque tinham duas coisas em comum: a descendência
espanhola e o temperamento forte. Um dia
conversando com meu pai, o padre Zé Lino falou: “Betão, nosso temperamento é
nosso caminho de santificação”.
O meu pai nesse dia chegou
em casa contando essa história mas na época eu não entendi muito bem. Muitos
anos depois, quando eu comecei a me aprofundar na direção espiritual e
descobrir meus próprios defeitos, e quem diria, o temperamento parecido com o
do meu pai, eu comecei a entender porque o padre Zé Lino havia falado isso.
Explicando: as vezes para
nós de temperamento forte, é muito, muito difícil conter a impetuosidade, a
resposta brusca e até mesmo a falta de educação. Por isso o padre Zé Lino falou
que pra quem tem esse tipo de temperamento, ele é o próprio caminho de
santificação: porque é um esforço diário e as vezes bem grande melhorar e não
faltar com a caridade com o próximo e não azedar o ambiente. O meu pai é um
homem maravilhoso e admirável, extremamente virtuoso, trabalhador e generoso,
mas é também um espanholsão osso duro de roer...
Então agora vou contar duas
histórias sobre ele e depois vou explicar por que as contei: a primeira
aconteceu no ano passado, um pouco antes do meu casamento.
Meu pai não gosta de comprar
roupa e nem adianta dar de presente porque ele também não usa. Ele tem apenas
um terno, cinza (rs), que segundo o namorado da minha irmã, é tão velho que já
voltou até a ser moda...kkkk (deve ter no mínimo uns 20 anos, chutando baixo).
Então, um pouco antes do meu casamento, lá em casa nós começamos a conjecturar
se meu pai ia comprar um terno novo. Claro que a gente achava que sim. Um dia,
uma das minhas irmãs perguntou no almoço como quem não quer nada: “pai, você já
comprou um terno para o casamento da Elisa?”. E ele respondeu na maior: “terno?
Mas eu tenho meu super terno cinza!!”...kkkkk. Resumo da ópera: ele foi ao meu
casamento com o famoso terno cinza e entrou na igreja se achando!!
A segunda história é de
quando nós éramos pequenos. Meu pai não deixava a gente assistir novela porque
ele falava, e com toda razão, que novela só tem coisa ruim e é moralmente
péssimo, especialmente pra crianças e adolescentes. Além de uma terrível perda
de tempo. Acontece que eu, a Vi e a Lu minhas irmãs éramos adolescentes,
crianças que adoravam uma novelinha escondida. Então, as vezes, quando meus pais
não estavam em casa, nós assistíamos. Num desses dias, era uma sexta-feira a
noite e estava no ar uma novela chamada “A próxima vítima” (quem tem mais de 30
anos vai se lembrar). E a rede Globo fez a maior propaganda pra saber quem era
o assassino. O último capítulo ia ser na sexta-feira como sempre e nós
esquematizamos tudo pra assistir porque meus pais iam sair pra jantar (kkk).
Assim que eles chamaram o elevador nós já corremos pra tv. Mas a gente acha que
consegue enganar pai e mãe! Que ingenuidade! De repente, nós estávamos lá
assistindo e começamos a escutar os passos do meu pai no corredor. Ferrou! Uma
olhou pra cara da outra em desespero total, tipo assim: agora a gente vai pra
guilhotina!! kkkkkk Resumindo: meu pai pegou a gente no pulo! O que ele fez no
dia seguinte? Aposto que ninguém ia adivinhar: tirou TODAS as televisões de
casa! Não sobrou nem uma única pra ele assistir o palmeiras amado.
Por que eu contei essas duas
histórias? Porque na minha opinião, uma delas mostra um lado negativo do
temperamento forte porém a outra mostra um lado positivo. Ser teimoso e não
comprar um terno novo pro meu casamento não causou nenhum estrago, mas as
vezes, essa teimosia de quem tem um temperamento muito forte e opiniões muito
arraigadas, pode ser problemático, em especial no convívio familiar (mas também
no convívio social, profissional, etc)
A segunda história, a meu
ver, mostra o lado positivo de quem tem um temperamento forte e é muito
decidido nas suas opiniões. Ter tirado as televisões de casa e nos proibido de
assistir o lixo moral que são as novelas foi algo maravilhoso que meu pai fez
por nós. Muita gente acha que meu pai é radical. Até meu finado vô Pedrão, o
próprio pai dele falava: “o Betão? O Betão é radicar”...KKK. Mas uma coisa
ninguém pode falar: que ele não foi coerente com os valores que ele e minha mãe
estavam tentando nos passar. E, além disso, eu devo ao meu pai todas as horas a
mais que eu passei brincando, lendo, conversando com a minha família e amigos
porque eu não estava assistindo novela.
Mas
então continuando: o padre Francisco Faus, maravilhoso, em seu site fala sobre
isso. "Existem iras com razão?" Sim. As vezes nos indignamos com toda razão perante um ato cruel, uma injustiça, uma mentira deslavada, uma ofensa a Deus ou à sua Igreja, uma série de crimes impunes... Essa indignação é boa. A indiferença diante desses males seria uma indecorosa falta de solidariedade com os injustiçados e de senso moral". E cita São João Crisóstomo: "Quem não se indigna, quando há motivo, peca". a falta de indignação ante o mal semeia vícios, alimenta a negligência e facilita que não só os maus, como também os bons, pratiquem o mal".
Eu comecei a meditar sobre
isso quando percebi que queria de verdade um dia ser esposa e mãe e comecei a
analisar as famílias e os lares que eu admirava. As mães, e entre elas
especialmente a minha, tinham algo em
comum: eram, embora mulheres fortes e de valores muito bem definidos, também
muito amáveis, tinham grande inteligência emocional, e sabiam sempre perdoar, sorrir,
ouvir e calar (essa última característica tão em desuso na nossa sociedade
moderna que acha que se calar é sinônimo de fraqueza quando na verdade
demonstra uma fortaleza muito grande de quem o faz). Todas essas
características- saber perdoar, sorrir, ouvir, calar- são próprias de quem tem a
virtude da mansidão, a virtude contrária ao defeito do temperamento forte e irascível.
Então eu comecei a pensar no
meu temperamento e nas minhas atitudes. Como já diziam os gregos há muitos e
muitos séculos: “Conhece-te a ti mesmo”. É sempre bom nos analisarmos e vermos
onde nós erramos mais frequentemente e por fim, qual a virtude, oposta a esse
defeito, que eu devo melhorar. Dando exemplos de outros defeitos: se eu sou
preguiçosa, preciso melhorar na virtude da diligência, se eu sou egoísta,
preciso melhorar na generosidade, e assim por diante. E eu cheguei a conclusão,
há muitos anos que se eu quisesse um dia não só ser esposa e mãe, mas também ser
uma boa esposa e mãe, eu teria que melhorar urgentemente meu temperamento. Caso
contrário, eu só causaria sofrimento a mim e à minha família.
O Scott Hahn, que eu citei
acima, diz em seu livro “Signs of life”:
“nada machuca mais os nossos relacionamentos e a nossa saúde mental tanto
quanto o fardo do pecado e da nossa culpa”. Isso é muito verdadeiro. Se
analisarmos os núcleos familiares, chegaremos facilmente a conclusão de que as
brigas, desavenças e em casos mais graves, as separações, são geralmente fruto
de que as pessoas desse lar deveriam melhorar nas virtudes. "Tudo depende do coração, do amor, da bondade e das virtudes que nele se enraÍzam. Boas virtudes são geradoras de paz. Defeitos habituais, não corrigidos, são provocadores de guerra." diz Francisco Faus.
Mas pra quem está pensando: mas
e eu que não tenho um temperamento forte mas sou obrigada a conviver
diariamente com uma pessoa que tem? (marido, esposa, irmãos, pais, colegas de
trabalho..). Então, pra todas essas pessoas, a primeira coisa a ter em mente é
a seguinte: se pra quem tem temperamento forte, o próprio gênio é o caminho de
santificação, o de vocês é a pessoa com quem vocês convivem. É na paciência, no
saber relevar, no saber perdoar as pessoas de gênio difícil que convivem
conosco que Deus nos espera para o imitarmos. Disse Jesus: “Aprendei de mim que
sou manso e humilde de coração”.
E finalmente pra quem pensa:
“mas eu convivo com essa pessoa há tanto tempo e ela parece nunca melhorar”!!
Bom, esse é o tipo de luta pra uma vida inteira. São Josemaria Escrivá falava
muito sabiamente que nós convivemos com nossos maiores defeitos/pecados até o
fim da vida porque caso contrário, se nós nos livrássemos deles, perderíamos a
humildade.
É isso por hoje.
Domingo celebraremos o
Pentecostes, uma ótima ocasião para pedirmos ao Espírito Santo o dom da
mansidão para nós e para todos que convivem conosco!
Mil beijos, fiquem com Deus!
E a pedidos, fotinhos do casamento!
Sites de referência:
Fransciso Faus: “fé, verdade
e caridade”
http://www.padrefaus.org/


LINDA!!!SÁBIAS PALAVRAS!!!
ResponderExcluirObrigada minha querida! Saudades de vc! bjãoo
ResponderExcluirElisa, adorei seu blog e esse texto caiu como uma luva pra mim, sou espanhola... ������ parabéns!
ResponderExcluir