Bom dia/ boa noite pessoal!.
Depois de um período fora,
estamos de volta e hoje o post é mais que especial. É sobre o nascimento do
nosso filho e o nome do post é:
“A alegria do cristão tem suas
raízes em forma de cruz”
Muita gente deve estar pensando:
“que estranho, falar do nascimento do filho e falar de cruz ao mesmo tempo”.
Bom, então vou explicar: essa frase é de São Josemaria Escrivá e ele dizia, e
com toda razão, que o cristão vai estar sempre acompanhado da cruz e mais: que
a nossa alegria está intimamente ligada à ela”. Jesus diz: “Quem não toma sua
cruz e me segue não é digno de mim”.
Nesse post vai ficar claro e ele
vai ser quase inteiro sobre o nascimento do Lucas, em especial sobre meu parto.
Bom, desde muito antes de eu
ficar grávida e em especial depois que eu descobri que estava, comecei a pedir
muitas coisas a Deus em relação à gravidez especificamente e em especial
algumas: que eu tivesse parto normal e que eu conseguisse amamentar bastante e
claro: que o meu filho viesse com muita saúde.
O nascimento do Lucas me ensinou
muitas coisas, e a primeira delas é que: nós podemos (e devemos) pedir as
coisas a Deus (“pedi e recebereis”) mas devemos sempre, sempre, identificar
nossa vontade com a dEle, mesmo quando ela não é a nossa.
Então vamos ao que aconteceu: eu
comecei a ter contrações no domingo, dia 17/07. A noite fomos ao hospital, eu,
o Matt e minha mãe, mas me mandaram embora porque ainda estava muito precoce.
No dia seguinte as 16:45hs, as contrações começaram a voltar e dessa vez mais
fortes. Fomos de novo ao hospital, me examinaram, falaram que eu já estava em
“early labour” mas que era pra eu voltar pra casa e só voltar quando elas
estivessem ritmadas e bem intensas.
Aí começou meu drama. Meia-noite
eu saí do meu quarto e fui para o quarto do Lucas e passei a anotar as
contrações. Elas já estavam bem fortes. As 5 da manhã eu cheguei ao meu limite,
acordei o Matt e minha mãe e fomos ao hospital. Chegando lá, depois de me
examinarem, nós comemoramos: já estava com 4 centímetros de dilatação! Mal
sabia eu que cada centímetro é conquistado com muito suor e lágrimas.
Fiquei numa sala de monitoramento
até as 7hs e depois fui pra sala de parto. As 10 hs da manhã eu já estava com
muita dor e perguntei pra midwife se estava perto de ter o Lucas. Ela
respondeu: “Não... acho que você não vai dar a luz no meu turno”. Depois ela me
contou que o turno dela terminaria apenas as 15:30hs... desespero total!
Pra resumir e não ficar tão
maçante: para aliviar a dor eu usei o gás, duas peridurais (a primeira não
pegou) e uma solução salina que injetaram nas minhas costas e foi uma das
piores dores que eu senti na vida. Foi a única hora que eu chorei de dor.
Quando eu estava lá tendo minhas
contrações, pensei em Jesus na hora da sua Paixão. Apesar de o sofrimento de
Nosso Senhor ser infinitamente maior que o meu, eu consegui me ver como ele: seminua
(“ e repartiram suas vestes”) , com medo (“Pai, afasta de mim esse cálice”) e
com muita dor...eu pude oferecer ao Pai nesse dia o meu próprio corpo, a minha
própria dor. Como eu já disse em outros posts, diariamente eu cumpro meu plano
de vida, as normas de piedade que eu aprendi no Opus Dei: a missa, o terço,
oração mental, visita ao Santissimo, etc,
O dia em que o Lucas nasceu foi o dia que eu menos pude fazer as normas
do meu plano de vida, mas foi o dia em que eu mais fiz oração. Nesse dia minha
penitência foi minha oração e minha oração foi minha penitência.
E incrível como Deus age em
relação à nossa vida e em especial às nossas dores. Há uma cena lindíssima (e
muito triste) do filme “a Paixão de Cristo” do Mel Gibson que mostra isso de
forma bem clara. É quando Jesus caminhando em direção ao calvário, já flagelado
e cambaleante, encontro sua mãe Maria Santíssima. Mãe e filho se olham e diante
de todo aquele sofrimento, Nosso Senhor diz à ela: “Vê, mãe, como eu renovo
todas as coisas”. A cena é tocante e mostra que somente Deus é capaz de
transformar a dor em alegria, o sofrimento em redenção. (quem tiver
curiosidade, coloque no youtube pra assistir porque vale a pena).
Então continuando: mais ou menos
umas 15:15, as midwifes começaram a olhar com preocupação para o exame que fica
emitindo os batimentos cardíacos do bebê. Uma delas me falou: “pode ser que
você tenha que fazer uma cesárea”. Nessa hora eu ainda pensava que isso não
aconteceria e tinha muita esperança de que o Lucas ainda viria de parto normal
como eu tanto queria. Mas a midwife chamou então o chefe dos obstetras, um
alemão com um olhar bem distante e quando ele chegou na sala de parto ele olhou
pra mim e disse: “Você deve entrar pra cesárea agora”. Me deu um misto de
tristeza e alívio. Tristeza porque definitivamente não era esse meu plano, mas
alívio porque já fazia quase 25 horas que eu estava com muita dor e não via a
hora de ver a carinha do meu filho.
Resumindo: fui pra sala de
operações, chorando e com medo.
Nessa hora pensei algumas coisas:
em primeiro, da minha inocência em achar que algo está nas minhas mãos, sob meu
controle. Nada, absolutamente NADA está nas nossas mãos.
São Josemaria, quando soube do
falecimento de sua querida mãe, teve um primeiro ímpeto de contestar a vontade
de Deus. Então ele se dirige ao Sacrário e diz: “faça-se, cumpra-se, seja
louvada e eternamente glorificada a santíssima e amabilíssima vontade de Deus
sobre todas as coisas”. Eu então comecei a repetir essa jaculatória.
Na sala de cirurgias, me
prepararam de forma rápida e as 17:23hs o Lucas saiu do meu ventre!!! Assim que
ele saiu, o levaram para o lado e eu percebi que ele não havia chorado. Eu sei
bem pouco sobre partos, procedimentos de cesárea/ parto normal etc mas sei que
o bebê deve chorar e muito assim que sai da barriga da mãe. Que agonia!! Eu
pensava: “Chora filho, chora.... por favor meu Deus”....Eu pedi a intercessão
de todos os anjos e santos, em especial pra Nossa Senhora: “Maria, tu és mãe...
me ajuda”.
Foi então que poucos minutos
depois das 17:23hs da tarde do dia 19/07/2016 eu ouvi o chorinho do meu filho
pela primeira vez e senti a maior emoção e a maior alegria que eu achei que meu
peito jamais seria capaz de suportar. Eu não podia levantar: meu corpo
continuou deitado e atado, mas naquela hora minha alma se ajoelhou e se
prostrou diante da tamanha grandiosidade e bondade de Deus. Obrigada Senhor!!
Por hoje é só.
Mil beijos e fiquem com Deus!
Que texto maravilho Elisa! Tenho lido seu blog a um bom tempo e já li todos os posts rsrsr.. não deixe de escrever nunca, tenho aprendido muito com você e revendo muitos aspectos na minha relação com Deus.
ResponderExcluirSeja bem vindo Lucas! Que o senhor derrame muitas bençãos a sua familia. Mais um pouquinho, ele iria nascer no mesmo dia que eu!! kkk
Obrigada minha querida! Fico muito feliz!
ResponderExcluirAmém! Que legal...um super beijo e pode deixar que não vou deixar de escrever! :)