Conforme prometido, essa é a continuação do post anterior
Eu terminei falando que comecei a perceber, aliás há um
tempão, como a sanidade e a felicidade de uma família dependem tanto da
mãe. Eu gosto muito de observar as
famílias e comecei a perceber que naquelas em que as mães são fortes,
generosas, pacientes, alegres, ou, em
resumo: virtuosas, as coisas andam muito melhor. E como andam! Por isso que eu
sempre gosto de citar o titulo do livro do Scott Hahn “todos os caminhos levam
a Roma” porque trocando em miúdos, o que uma mãe precisa ser? SANTA!!! Kkk, não
tem jeito. E quando surgir a duvida:
qual a medida da virtude pra quem quer ser santo? São Josemaria Escriva
responde: O heroísmo!!! Viver as virtudes de forma heroica...
Há uns dois anos, eu e o Matt assistimos um filme chamado
“The room”. Eu achei muito interessante. É sobre uma mulher jovem que é
sequestrada e mantida em cativeiro por um cara (um doente, obviamente) e ela
tem um filho com ele. Eles ficam anos presos em um único quarto (the room)
vivendo somente os dois. O que eu achei muito interessante é que a mãe
consegue, embora nessa situação extrema, manter o filho e ela mesma em um
estado de sanidade mental incrível. Na falta de pessoas, ela ensina o filho a
dar bom dia pros poucos moveis que há no quarto, porque o filho nunca viu nada
nem ninguém além daqueles objetos... enfim, embora não haja muita
verossimilhança (naõ acho que isso poderia acontecer na vida real sem
enlouquecer as pessoas envolvidas), a analogia é boa: o que uma mãe não
consegue fazer pra manter a paz e a alegria mesmo em situações extremas
E recentemente eu comecei a perceber também que eu achava
que ser mãe ia ser um pouco mais fácil...kkk. ou pelo menos não tão difícil.
Não sei se é porque talvez o Lucas
esteja entrando na fase dos “terrible two”- de quase dois anos- jogando tudo,
fazendo manha, etc e eu quase nunca sei como agir. Enfim, estou começando a
perceber que tenho que amadurecer em varias virtudes e rezar mais, muito mais...
No final do ano passado eu e o Matt fomos a uma palestra de
um cara maravilhoso que escreveu um livro sobre criação dos filhos -o melhor
que li até hoje sobre esse assunto por sinal. O que eu achei mais fantástico de
tudo, é que o livro funciona como um exame de consciência pra nós pais e mães,
porque segundo o sábio autor, se alguma coisa anda errado com os filhos é bom que
nós pais nos examinemos com muita sinceridade pra ver se esse problema não está
surgindo de nós mesmos. Isso já até virou piada aqui em casa por causa de algo
que aconteceu há muitos anos com o meu avô Pedrão que já faleceu. Um dia ele
tomou umas duas doses de uísque cowboy e por acaso também comeu uma banana.
Depois ele passou mal e falava: “aquela banana não me fez bem...”...kkkk
Então eu contei esse episodio pro Matt e quando um de nós
faz alguma coisa e não quer ser lá muito sincero, tipo: não guardei a louça
porque o Lucas estava dormindo e ele ia acordar... a gente já fala: “oh, o vô
Pedrão...”. porque a gente sabe que na verdade foi uma preguicinha...etc
Então, finalmente, eu listei algumas qualidades que eu
cheguei a conclusão que são muito indispensáveis pra uma mãe e as relacionei
com algum episodio ocorrido comigo, como sempre...
1-
Generosidade/ Egoísmo- tenho bem claro pra mim
que a generosidade é a principal virtude pra uma mãe (ou pelo menos, uma das
maiores). Porque ela é o contrario do egiosmo que esta na raiz de quase todo
mal que afeta os casais e as famílias. E Deus manda as vezes pequenos
acontecimentos pra gente poder exercer nossa generosidade. Então a primeira
historia: de domingo nós vamos a missa bem cedo e eu gosto de acordar mais cedo
ainda porque eu sou super perua e não saio de casa sem me arrumar e sem passar
maquiagem nem pagando. Eu brinco que pode deixar o cheque em cima da mesa que
eu não pego: prefiro me enfeitar.
Aí esses
dias nós acordamos atrasados e o Matt sempre precisa só de uns 10 minutos pra
tomar banho e ficar pronto( que bom!kkk).
Eu terminei de me arrumar (com exceção da maquiagem)quando faltavam exatamente 10 minutos pra gente ter
que sair e ir pra missa. Eu pensei: ah, o matt nem vai ligar se ele não puder
tomar banho, etc. ele é homem. De repente me deu um super peso na consciência!
Tipo: Elisa, seja mais generosa, você demora e seu marido não pode nem tomar um
banho de gato?
Aí peguei o Lucas e meu estojinho de
maquiagem e sentei com ele no quanto dele em frente ao espelho e me maquiei ali.
Resumo: ele chegou à missa com gloss na testa e sombra branca no nariz...kkk. Mas
eu fiquei feliz por ter deixado, mesmo que numa coisa aparentemente sem
significância, meu egoísmo de lado.
2-
Paciência- uma jornalista americana escreveu um
artigo com um titulo interessante e engraçado : “Training exotic husbands”, ou:
treinando maridos exóticos. Nesse artigo ela conta a própria historia dela e do
marido. Todo dia antes de sair pro trabalho ele ficava histérico procurando a
chave do carro e ficava berrando que não encontrava. E segundo ela, estava
sempre no mesmo lugar: no criado mudo do lado da cama deles. Ela então gritava
de volta falando pra ele que devia estar como sempre no mesmo lugar. O problema
é que esse comportamento dele destruía a paz da família logo de manhã e deixava
todo mundo, inclusive ela, super de mau humor.
Um dia ela resolveu mudar a forma de
responder a isso e falou calmamente pra ele quando ele começou a gritar: “olha
querido, está aqui. Eu pego pra você”. Resumindo: ele ficou super sem graça e
desarmado e parou de fazer isso. Moral da historia que ela mesma conclui: antes
de mudar o marido ela teve que mudar a si mesma. E mudar nosso comportamento e muitas vezes
nossos defeitos já arraigados requer muita paciência.
3-
Serenidade: vou falar de mais um filme que nós assistimos
e já virou jargão: chama-se “Bridge of spies”, com o Tom Hanks. É um filme
sobre a guerra fria e o Tom Hanks interpreta um americano que tem que defender
um espião russo. Esse espião é um ator muito bom (que eu não me lembro do nome)
e em uma cena também muito boa, ele está correndo serio perigo de morrer e o
Tom Hanks pergunta pra ele algo do tipo: “Você não está com medo?” e ele fala: “would
it help?”, ou seja: “ajudaria em alguma coisa eu ficar preocupado?”. Isso também
já virou jargão aqui em casa e como eu tenho mania de ficar muito preocupada
com qualquer coisa, o Matt sempre fala pra mim: “would it help?”. Se nós
analisarmos também com frieza e sinceridade a maioria das coisas que nos
preocupam, nós chegaríamos a uma conclusão: muitas delas ainda são fruto da
nossa imaginação, coisas que ainda nem aconteceram e que pode ser que nunca
acontecerão. Santa teresa dAvila dizia: “a imaginação é a louca da casa”. E se
ainda não aconteceu, ainda não temos as graças de deus para lidar com elas...
4-
Senso de humor / alegria- a tristeza é a pior
coisa que existe e ela mina qualquer relacionamento, qualquer ambiente.
5-
Fé/ sentido sobrenatural- no ultimo sábado eu ia
fazer um pernil assado no almoço. É uma receita do meu pai que é um sucesso.
Então na sexta a noite já deixei o pernil temperado na geladeira e no sabado,
assim que voltamos da missa, eu já fui pra cozinha colocar no forno. Estava tudo
prontinho, quando eu fui pegar o papel alumínio pra cobrir a carne: cadê? Tinha
acabado! Foi a “tragédia do papel alumínio”. Eu comecei a ficar super de mau
humor mas ai respirei fundo, rezei e pensei: “Deus, furei minha previsão, mas
já que é da sua vontade, vamos lá” e resolvemos ir ao supermercado/shopping e
já aproveitar pra deixar o Lucas brincar um pouco,etc. Porém, bagunçou
tudo o que eu tinha programado. Mas depois que terminou o dia, que foi
maravilhoso, eu pensei: tudo tem a mão de Deus. Nós tivemos um dia ótimo, super
gostoso, que não foi nada do planejado mas que foi tinha que ser..
Eu queria terminar com esse
relato porque , diante das mil e uma dificuldades, grandes ou pequenas, que vão
surgindo no nosso dia-a-dia, pode ser que surja a tentação de nós pensarmos:
“não, seguir todos esses caminhos que a fé demanda é muito difícil”, ou seja,
ser generosa, paciente, aceitar as contrariedades por amor a Deus da muito
trabalho...mas podemos falar como Pedro depois que várias pessoas debandaram e
não seguiam mais Jesus porque Ele havia revelado que daria sua própria carne
para nosso sustento. Nosso Senhor então pergunta aos discípulos se eles também
queriam ir embora e Pedro responde: ”Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras
de vida eterna”. Só em Deus uma família consegue ser perene e verdadeiramente feliz.
"De repente me deu um super peso na consciência! Tipo: Elisa, seja mais generosa, você demora e seu marido não pode nem tomar um banho de gato?" --> isso aconteceu cmg HOJE! mas já pensei na solução para a próxima semana!
ResponderExcluir"Pedro responde: ”Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna”.
Só em Deus uma família consegue ser perene e verdadeiramente feliz." - minha frase preferida da Bíblia! <3
Ps: qual é o livro que vc mencionou no início do post?
beijo grande
kkkk, sério Helo? Você super se identificou? é assim mesmo, né? rs
ResponderExcluireu tb AMO esse dialogo de Pedro com Nosso Senhor... me faz pensar sempre: "não, pera aí, pode ser mais dificil mas é o unico Caminho...
o livro se chama "Parenting for character" do Andrew Mulins. Depois vou postar sobre ele. Vale muuuito a pena!!
bjãooo minha querida!