domingo, 10 de dezembro de 2017

“As pingas que eu tomo e os tombos que eu levo”

Eu cresci ouvindo meu pai falar esse ditado:  “o povo só vê as pingas que eu tomo. Ninguém vê os tombos que eu levo”....kkk

Dez entre dez pessoas com quem eu converso falam: “você mora na Australia? Que máximo!”. É  claro que eu entendo porque eles falam isso: o Brasil está muito mal economicamente, politicamente e tudo o mais. Emprego ta difícil, as coisas continuam caras (e cada vez mais), muita violência, etc. O negocio é que muita gente acha que morar no exterior é puro glamour. E não é. E pra terminar esse paragrafo, como dizia tom Jobim: “morar fora é bom, mas é uma bosta. Morar no Brasil é uma bosta mas é bom”.

Bom, a minha opinião é que morar aqui na Austrália é realmente muito bom mas zero glamour: aqui todo mundo, inclusive os ricos, lavam sua própria privada, cortam a grama das suas casas, cozinham e cuidam dos filhos. Muitas famílias no Brasil não precisam fazer tudo isso porque a força de trabalho é barata e é fácil conseguir ajuda.. enfim...

Então pra começar a falar sobre esse post: o problema pra mim não é ter que fazer tudo isso: cozinhar (adoro!), faxinar, lavar roupa, fazer supermercado, e a melhor incumbência da minha vida:  cuidar do Lucas- que é o maior privilegio de poder ficar em casa: poder brincar com ele todo dia, levá-lo no parque, na biblioteca, vê-lo descobrir o mundo, dar “papá”- saber se ele ta comendo bem ou não,etc.  O problema é ter que fazer tudo isso quando eu  não estou  bem de saúde.

Então é disso que vou falar: sobre as minhas ultimas 7 ou 8 semanas. No final de setembro eu descobri que estava gravida, bem no comecinho. Foi aquela alegria e comemoração! Uma nova vida se desenvolvia dentro de mim, um irmãozinho ou irmasinha pro Lucas... eu sabia que provavelmente eu iria passar mal, muito mal talvez, como eu passei na primeira gravidez mas não sabia que viria tão rápido e tão forte.

No dia 17 de outubro, uma terça-feira,  ironicamente no dia em que eu e o Matt comemoraríamos 2 anos de casados, eu amanheci super bem e tudo estava indo super tranquilo como de costume. A hora que eu estava colocado o lucas pra dormir a sonequinha da manhã me veio uma vontade enorme de vomitar. Fui pro banheiro e vomitei. Depois daquilo foi só ladeira abaixo. Eu fui deitar e fiquei deitada até a hora que ele acordou. A hora que ele acordou eu pensei: “meu Deus, e agora?” Eu estava muito mal.... De tarde eu liguei pro Matt e pedi pra ele voltar mais cedo do trabalho. Pra resumir e não ficar chato: no dia seguinte o Matt não foi nem trabalhar. Na quinta-feira ele tinha que ir e eu já estava super tensa porque eu continuava muito mal  e sabia que não estava melhorando. Dito e feito: umas 11 da manhã eu liguei pro Matt e pedi pra ele me levar pro hospital. A nossa querida amiga Isabela veio pra ajudar a ficar com o Lucas lá no hospital enquanto o Matt me acompanhava. O maior dos meus dramas era: o que eu vou fazer com o meu filho de 1 ano e 3 meses estando nessa situação? E eu ainda estava no começo do primeiro trismetre....o cenário não era dos melhores..

Nos chegamos ao hospital por volta das 13 horas. A minha cabeça estava prestes a explodir por causa da desidratação, eu não conseguia parar de vomitar e eu tremia muito de frio. Eu estava péssima. Eles me colocaram no soro e eu fiquei lá varias horas. Por volta das 5 da tarde uma enfermeira muito boazinha entrou no quarto e falou: “você está pronta pro ultrassom?”. Eu só consegui responder: “isso é realmente necessário? Porque eu ainda estou super mal”. Ela falou: “hum... sinto muito mas é. Eles querem checar se esta tudo bem com o bebê porque você esta muito desidratada”.

Então eles me passaram pra outra maca e começaram a me empurrar pelo hospital. Finalmente nos chegamos até a sala de ultrassom, ela passou aquela geleia na minha barriga e começou a olhar pro monitor.  Depois de alguns segundos eu escutei ela falando pro Matt: “ta vendo papai? Olha o bebê aí! E que batida de coração forte”!!!. Então aí, no meio daquele calvário, meu coração experimentou uma alegria que eu senti poucas vezes na vida.....eu só conseguia pensar: “Obrigada Senhor! Obrigada Nossa Senhora!!”... depois de mais de 48 horas vomitando meu bebe continua fortão... Deus é maravilhoso!

Eu não vou dizer que essas ultimas semanas foram “fun” e que eu adorei passar por elas. Mas eu posso dizer do fundo do meu coração que eu senti Deus muito perto de mim esse tempo inteiro. Varias coisas maravilhosas ocorreram depois disso e por causa disso: a minha mãe conseguiu chegar somente  5 dias depois da minha internação  e ainda esta aqui conosco e esse por si só já foi o maior presente.  Além disso nós todos como família crescemos muito em paciência, em oração, em fé...
Realmente a única coisa que pode nos afastar de Deus, como a Igreja diz, são nossos próprios pecados: nosso orgulho, nossa preguiça, nosso egoísmo, vaidade, etc.  As dificuldades podem e devem nos levar pra mais próximo de  Deus. Como São josemaria costumava dizer: “não há alegria? Então pensa: há um obstáculo entre Deus e eu. Quase sempre acertaras”.

a primeira foto sou eu no hospital me sentindo "um pouco" mal... na segunda foto é nosso baby #2 fortão e com o coraçãosinho a todo vapor...



É isso por hoje. Muitos beijos e até mais!

quinta-feira, 7 de setembro de 2017



Bom dia/ boa noite pessoal!
Como vocês já devem saber, há uma semana foi lançado o livro "Nosso Milagre".
Não é uma reunião dos textos do blog... a maior parte do livro é tudo novidade!
Para dar uma palhinha, segue um trecho do Capítulo 2: (e mais abaixo, o link para comprar o livro no "Clube de autores")
Bjão!!!

CAPÍTULO 2: A vida de uma solteira católica “não praticante”- afastando-me de Deus.
Eu passei, portanto, a minha infância e os meus anos teen[1] em paz com Deus. Porém, minha fé era um tanto superficial e minhas normas de piedade resumiam-se às missas aos domingos e dias de preceito e a algumas poucas orações que eu havia aprendido na infância. Como eu aprendi com o querido padre Augusto, meu antigo diretor espiritual, o “não evoluir na fé todos os dias é regredir”, chegou a hora em que vieram as tentações e elas encontraram a casa fundada nos pés de barro da pusilanimidade e da tibieza espiritual. E isso aconteceu quando eu entrei na faculdade.
Eu passei o ano de 1999 estudando insanamente para passar em uma faculdade pública como eu sonhava. No começo de 2000, com a divulgação dos resultados da VUNESP, veio o anúncio tão esperado: eu havia sido aprovada no curso de Administração Pública do campus de Araraquara. Foi uma alegria imensa e em fevereiro do primeiro ano do novo milênio eu já estava de malas prontas para me mudar para a cidade do Sol e começar esse período tão aguardado.
A vida de fé, para não se perder, deve estar arraigada em uma intensa vida de oração e sacrifício e apoiada finalmente nos sacramentos. A minha, contudo, não estava e quando isso acontece, por melhor intencionada que a pessoa seja, mais cedo ou mais tarde ela se perde. Foi o que aconteceu comigo. A vida de universitária, morando sozinha em uma república e com as rédeas soltas, foi afastando-me cada vez mais de Deus.


[1] Teen: de adolescente, referente à adolescência (nota do revisor)



Segue o link do livro:
https://www.clubedeautores.com.br/book/240623--Nosso_milagre#.WbG9qPN97IU

sábado, 12 de agosto de 2017

Bom dia/ boa noite pessoal!

Esse post eu dedico ao meu filho Lucas Timolino que fez um ano recebtemente (dia 19/07) e trouxe tanta bagunça e alegrias pras nossas vidas.

Bom, entre maio e junho desse ano, minha mãe passou algumas semanas com a gente aqui na Australia e foi maravilhoso. Logo quando ela chegou eu deixei o Lucas com ela e fui ao supermercado. Antes de sair minha mãe falou pra eu não me preocupar e que se eu quisesse eu devia aproveitar e dar uma volta no shopping, fazer qualquer coisa pra distrair, já que ela sabe que como aqui nós não temos muita ajuda, eu tinha que aproveitar.

Então lá fui eu com meu carrinho de supermercado. Chegando lá, pensei em tomar um café. Pedi meu café, sentei calmamente em uma das mesas e comecei a olhar o movimento com aquela estranha sensação de liberdade..... de repente passa uma menina com um bebê lindo no colo e ela estava jogando o bebê pra cima e ele estava dando gargalhadas!! De repente eu me peguei pensando: “que lindo...que sorte a dela ter esse bebê lindo e alegre”!!. Aí eu pensei: “pera aí, eu também tenho o meu bebê lindo e alegre em casa”!!. Quem já viu o Lucas sabe que ele é super serelepe e alegre...aí eu comecei a me dar conta do tanto que nós, no caso eu, muitas vezes não damos valor ao que nós temos.

Mas aí eu comecei a ir mais além e pensar no tanto que eu ultimamente prestava mais atenção nas horas que eu não dormia, no cansaço que eu sentia, nos incômodos e contrariedades do que nas coisas maravilhosas que Deus me deu depois de me casar e me tornar mãe. De repente comecei a me perguntar: se acontecesse alguma coisa comigo hoje, o que falariam pro Lucas de mim? Como contariam pra ele a meu respeito? Nesse dia em que eu comecei a refletir sobre isso naquele café aqui em Brisbane o Lucas tinha quase 11 meses e eu me peguei pensando: Será que falariam pra ele que no dia em que ele nasceu eu senti uma alegria sem tamanho? Que cada pequena-grande conquista dele eu celebrei com toda a emoção que um coração pode conter? Que um dia quando eu fui busca-lo no bercinho e vi que ele havia pego o pesinho pela primeira vez eu quase cai da escada pra ir chamar o Matt pra ver? Que eu rezei pra ele todos os dias da minha vida desde que eu soube que ele estava na minha barriga? Será que ele saberia que nas poucas horas em que eu passo longe dele minha cabeça e meu coração estão sempre pensando em como ele está?? E mais mil coisas...

Mas depois de pensar tudo isso (rs) eu comecei a tentar organizar meus pensamentos à luz da fé e tirar disso tudo um propósito. Eis que eu cheguei em alguns. O principal deles foi, como dizia Santa Teresa, é que o egoísmo é o pior dos males. Então meu caro leitor (a) do blog pode estar se perguntando: mas o que o egoísmo tem a ver com isso? Tudo! o fato de eu enxergar muitas vezes mais o cansaço e as penas do que todas as alegrias que a maternidade me trouxe é um sinal claro de egoísmo. Santo Agostinho há 16 séculos escreveu um livro que é mais atual que nunca. Esse livro se chama “Dois Amores e duas Cidades”.  Nele o santo diz que aqui na Terra só existem dois amores: o amor a nós mesmos (a busca dos próprios interesses, da comodidade, dos próprios prazeres) e o outro amor: a Deus, e nele se incluem o amor e o bem dos outros). O interessante é que esses dois amores se chocam frontalmente: quanto mais espaço há no meu coração para o amor a mim mesmo, menos espaço haverá para os outros. Quanto mais tempo uma mãe, assim como qualquer outra pessoa, passar pensando em tudo que ela está deixando de fazer e viver, menos tempo ela terá pra pensar no marido, nos filhos, em Deus, nos amigos, na família estendida... e o pior: mais infeliz será.

Agora passando pra parte pratica do post: é fácil se desprender totalmente de nós mesmos pra pensar nos outros? Claro que não! É a coisa mais difícil de se fazer. Por isso que os que conseguiram se tornaram.... SANTOS. Eu sempre digo que mais difícil que ser diretor de multinacional, mais difícil que terminar um doutorado, uma maratona, mais dificil que tudo isso é SER SANTO. Porque é SUPERAR  a si mesmo. Pode crer: não há nada mais difícil que isso. Mas também não há nada mais recompensador. Nada traz mais alegria e nada consegue atrair mais pessoas...

Então voltando: depois desse dia que eu sai do café e fui chorando pro supermercado depois de pensar tudo isso, eu comecei a refletir sobre mais uma coisa: que antes de eu conhecer o Matt, me casar e ter nosso Timolão lindo, eu nunca mais chorei de tristeza! Pois é, eu chorei muito (principalmente no pós parto) mas foi por outras inúmeras causas: receio de não saber o que fazer, hormônios (ahhh, sempre eles! Como diz um grande amigo do Matt: “I love my whife but I f.. hate hormons...”), de saudade... vários motivos mas nunca mais por tristeza. Antes de me casar e cada vez que eu conhecia um novo paquerinha e apostava todas as minhas fichas e depois dava com os burros na água, eu chorava sempre de muita tristeza, solidão e rejeição. Já dizia minha querida finada vó Cida: “filha, não existe nada mais triste que a solidão”... e hoje meus dias são cheios de bagunça, gritinhos de alegria do meu filho, risadas, etc.

É isso. Esse post está dividido em dois mas como eu ainda não acabei a segunda parte, vai ficar para o resto da semana...

Feliz dia dos pais pra todos meus amigos do Brasil!

Mil beijos e fiquem com Deus! E não se esqueçam de agradecer todos os dias tudo que temos de bom.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Prioridades - parte II

Vou fazer o papel da advogada do diabo nesse post porque não quero fechar um raciocínio e já aviso que vai ser uma mistureba de ideias mas vou tentar costurá-las pra mostrar que elas têm ligação...kkk
A pedidos eu vou falar mais sobre “prioridades” e sobre vários conselhos que recebi antes e depois de me casar e também histórias que eu acho que falam bastante sobre isso. Entretanto, acho que é sempre legal lembrar que relacionar-se é uma arte. Ir de encontro às expectativas, anseios e desejos da pessoa que se ama nem sempre é fácil mas como eu disse no último post: é um dos desafios mais gostosos de  viver!

Pra começar algo que aconteceu comigo há vários anos:  eu e uma amiga que na época também estava solteira fomos a um barzinho em Ribeirão que era estrategicamente posicionado do lado de uma academia badaladinha. De repente nós estávamos na calçada tomando uns drinks e ela aponta um cara que estava passando e me fala que achava ele super bonitão! Eu olhei e não aguentei. Eu falei: “você ta me zuando?”. O cara era gigante, tipo halterofilista viciado em shake de proteína. Já adianto que não tenho nada contra só não acho o máximo como várias mulheres acham...enfim, era o próprio e ela me falou de como achava lindo homens assim. Como diz o ditado: “ainda bem que nem todo mundo gosta do amarelo”.

Eu comecei a pensar e a entender sobre prioridades quando passei por uma fase bem difícil financeira. O negócio em casa ficou feio e o pouco dinheiro que eu tinha pra passar uma semana tinha que render e muito. O problema é que essa fase aconteceu bem na época que eu estava super a procura do meu José. Então as vezes eu ficava num dilema: sair pra aumentar as minhas chances de conhecer um paquerinha em potencial e gastar esse dinheiro na minha saída que as vezes podia ser super falida ou ser mais prudente e guardar esse dinheiro que ia fazer falta pra mim ao longo da semana.  Eu sempre ficava em dúvida sobre o que era prioridade e pra uma pessoa que é bem indecisa como eu, isso as vezes pode se tornar um problema.
Enfim, então agora começando de fato o post..kkk

Assim que eu me mudei pra Australia depois de me casar algo começou a me intrigar: eu olhava aquelas famílias com três, quatro ou mais filhos e as mães sem nenhuma ajuda, tipo: uma pessoa pra limpar a casa, uma babá, ou alguém pelo menos pra passar a roupa e eu comecei a ficar muito intrigada e a me perguntar: “como elas fazem??”. Pois bem, hoje, depois de quase dois anos eu achei a resposta: elas não fazem! Pois é, a hora de trabalho aqui é muito cara então quase ninguém tem ajuda mesmo. Então as mães fazem o que dá e como o dia tem apenas 24 horas, as casas em geral funcionam assim: sem aquela neura por arrumação, comida saudável e fresquinha, roupas super bem passadas e etc. Pode parecer algo secundário mas não é.

Agora aplicando a minha vida: isso não funciona 100% comigo. Eu acho que nós carregamos aquilo que a gente aprende mais os nossos temperamentos e eu acho bem importante uma casa limpa. Porém, como a minha realidade agora é essa eu vi que precisaria pelo menos tentar me adaptar.

Quando perguntaram ao papa emérito Bento XVI quando ele ainda era o cardeal Ratzinger, quantos caminhos existem, ao todo, para Deus, Bento foi rápido: “tantos quanto há pessoas”. O nosso caminho para Deus está nessas atividades diárias que ocupam nossas jornadas. São Josemaria Escrivá costumava dizer algo mais ou menos assim: “se não souberes encontrar Deus na tua vida diária, não O encontrareis nunca”.

Então eu comecei a rezar sobre esse assunto pra poder entender o que Deus queria de mim. Em primeiro lugar, Ele me disse que o principal, a “thumb rule” como dizem os australianos, é nunca perder a caridade. Sim, porque em tudo que fazemos temos que pensar se isso está me ajudando a amar mais a Deus e ao próximo ou se , ao contrário, está me afastando desse ideal supremo. Eu percebi então que  geralmente quando eu acordo e vejo aquela casa que parece que passou um furacão durante a noite, mesmo eu tendo arrumado mil vezes no dia anterior, eu fico muito mau humorada. E quem sofre mais? Geralmente quem está mais perto e nesse caso é meu marido e isso é PÉSSIMO!

Me contaram uma historia esses dias que me faz pensar nisso, aliás filosoficamente, é um conceito da Igreja, sobre o “mau maior e o mau menor”. A história é a seguinte: um dia, Dom Javier Echevarria, que foi prelado do Opus Dei durante vários anos, terminou de celebrar uma missa e foi fazer alguns minutos de ação de graças. Ele sabia que era importantíssimo agradecer Jesus por vir até nós na sagrada Comunhão. Entretanto, assim que ele começou a rezar em silêncio, um sacerdote veio conversar com ele. As pessoas que viram a cena dizem que puderam notar claramente no seu semblante um rompante de ira que veio quase sem avisar. Com certeza se ele não tivesse sido um homem com uma formação espiritual muito sólida, teria faltado com a caridade mas depois de alguns segundos seu semblante mudou e ele tratou o amigo de sacerdócio com o maior carinho. Portanto, essa cena me ajuda a lembrar de que: caridade em primeiro lugar.

Aí em segundo lugar: ver se o que você está fazendo não está tomando lugar de coisas mais importantes. Já disse isso outras vezes mas acho que é importante lembrar: as vezes nós estamos gastando milhões de horas em uma atividade que não nos trará proveito e que não é da vontade de Deus que nós a façamos.... sei lá. Isso me lembra outra historia hilária. Eu tive a maravilhosa oportunidade de assistir uma palestra com a personal stylist Bia Kawasaki antes de me casar. Ela é uma mulher super  inspiradora e que ajuda vários clientes a se vestirem e se sentirem melhor. Ela contou que um dia uma mulher entrou em contato com ela pedindo ajuda pra se vestir melhor, saber combinar, etc.  Ela então foi à casa da pessoa e sem querer viu a gaveta de langeries da mulher...ela era casada há bastante tempo e segundo a Bia, tinha que mudar aquela “seleção” de langeries urgentemente!kkk.  Elas foram comprar novas peças e a moça ficou super feliz. Alguns dias depois o celular da Bia tocou e era o marido da moça ligando pra ela pra falar muito obrigada!! Kkkkk. “Prioridades!

Como eu disse, a prioridade pode mudar muito de casal pra casal. O Tolkien, um filólogo brilhante e famoso autor cristão, é um exemplo disso. Ele foi uma das “cabeças” do século XX e sua esposa passou a maior parte da vida em casa cuidando dos filhos. Ele costumava dizer que fazia muito bem a ele chegar a casa e escutar sobre como foi o dia da esposa e dos filhos e que era exatamente isso que ele esperava dela.  Ele foi famoso também por ter sido um pai e esposo devoto e apaixonado  ( e talvez seja essa o fato que mais agradou a Deus).

É isso por hoje.
Mil beijos e fiquem com Deus!



quinta-feira, 25 de maio de 2017

PRIORIDADES

Quando eu era criança, na véspera do meu aniversário meu pai, que sempre foi um piadista,  falou pra mim: “Filha, amanhã é seu aniversário. Eu vou te dar um abraço de presente, ta bom?” e eu respondi:  “Ta bom, mas eu quero embrulhado”....

Eu comecei o post com essa história bobinha porque eu quero falar sobre “prioridades”. Tenho certeza que não só eu, como a maioria das pessoas hoje, independente da profissão e vocação, concordam que os dias são muito corridos e é cada vez mais difícil saber, em cada momento do dia e mais ainda, da vida, qual é a prioridade, o que nós devemos fazer em detrimento de outras atividades,  de outros encontros, etc

Desde que Lucas nasceu, nunca mais (nunca!) eu dormi com a sensação de que fiz tudo que “achava que devia ter feito”. E eu escrevi propositalmente o verbo “achar” porque as vezes nós achamos que deveríamos ter feito um número infindável de outras coisas mas que na verdade, elas eram todas desnecessárias, e o contrário também infelizmente é verdade: muitas vezes deixamos de fazer coisas que eram essenciais..

Edith Stein, uma judia convertida ao catolicismo que morreu em Auchwitz, fala sobre isso: ela recomenda às mulheres que se possível, assistam à Missa todas as manhãs e perguntem a Jesus, depois de recebê-lo na Eucaristia, como quer que passem o dia. Com o passar das horas e o acúmulo de novas preocupações e problemas, devemos fazer uma pausa na hora do almoço para nos religarmos a Deus. O trabalho e os problemas, continuarão, diz ela, mas permaneceremos em paz.
Cresci com meu pai falando sobre esse pensamento que já reinava na Grécia  Antiga: a ordem que devemos fazer pra nos guiar nos nossos afazeres:  “essencial, importante, supérfluo, nocivo”.

Graças a Deus nós temos um guia, Nosso Senhor, que através do Espirito Santo nos comunica, em nossa alma em graça, o que devemos fazer a cada momento. Jesus disse: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado”. Já falei sobre isso aqui mas acho que nunca é demais relembrar: como eu aprendi com meus ex diretores espirituais do Opus Dei: o “amor ordenado” nos leva a priorizar não só as atividades, mas as pessoas que nós devemos priorizar. Como uma mulher casada, eu sei que depois de Deus, o Matt é a pessoa logo em seguida que deve mais ocupar meus pensamentos e energias nas jornadas  que se iniciam a cada manhã...

E hoje em dia eu penso que devo ser também esperta pra notar o que é essencial pra ele, o que ele espera de mim como sua esposa, melhor amiga, confidente, mão do nosso filho, etc. São muitas facetas e as vezes pode ser um desafio, muito gostoso de viver, mas ainda assim um desafio. Esses dias nós estávamos jantando e eu comentei com o Matt sobre o filme “Jackie” e que eu gostaria que nós assistíssemos. Aí começamos a falar do assassinato do Kenedy nos EUA. Aí, como eu sei que o Matt é uma enciclopédia ambulante, eu pedi pra ele me explicar mais sobre o assassinato, a guerra do Vietnã, o fato de ele ter sido um dos únicos presidentes católicos dos EUA, etc. Lá pelas tantas,  ele falou: “mas mataram o cara que matou o Kennedy”. Aí eu falei: “quem era?”. Aí ele me disse um nome e eu achei que era o assassino do Kennedy quando na verdade era o cara que matou o cara que matou o Kennedy...kkkk. Bom, acho que ficou meio confuso mas tudo isso é pra falar do meu momento de epifania aquele dia. Eu pensei: “Elisa, você nunca poderá se dar ao luxo de se alienar das questões do mundo”...rs

Sobre isso tem um filme que eu amo de paixão e que na minha opinião é um dos melhores romances ever e que tem uma cena que eu AMO e que mostra um pouco sobre isso que eu estou falando. É o filme: “O espelho tem duas faces”. Nele, o maravilhoso Jeff Bridges interpreta um professor de matemática meio coroa mas mega charmosão e com nenhum “social skills”...kkkk.  Ele pula de namorada em namorada porque seus romances sempre são superficiais e se apoiam basicamente na atração física. Por outro lado, a sensacional Barbra Streisand  interpreta uma professora de Literatura super querida mas sem muita autoestima e também sem muita esperança de encontrar um amor...eles acabam se conhecendo por uma espécie de “blind date” armado pela irmã dela e vão a um jantar. Aí se desenrola uma cena fenomenal: eles estão no meio da refeição quando ele começa a explicar sobre um problema matemático super específico (e que devia ser chatíssimo de ouvir...rs). quando ele termina de falar, ela, pra total surpresa dele, da um feedback super inteligente! Pronto!! A partir de então ele começa a ver nela uma possível companheira...

Por que eu falei sobre essa cena? Porque ela mostra o que realmente importa em cada situação, e também, em cada relacionamento.  

Hoje em dia quando eu vou para o Brasil de férias, eu noto uma tendência cada vez mais presente e também meio triste: a obsessão das mulheres pela aparência física. Infelizmente quando o relacionamento começa a balançar, as mulheres começam a tentar mapear o que está errado com a aparência delas, com a ideia- muitas vezes errada- de que o problema reside ali. Isso me faz lembrar também da minha época de solteira, os dez anos a procura do meu José, e como a cada final de relacionamento frustrante, eu buscava justificar na minha aparência uma possível causa do insucesso no amor...

 É claro que eu acho importante, pra não dizer essencial, que nossos cônjuges nos achem atraentes mas muitas vezes a água começa a escapar por outro ralo... Penso que nesses casos seria muito mais importante investir no diálogo, na mudança da rotina e também e principalmente na oração. Fico pensando se de todos esses casais que brigam e que se separam, se quando a coisa começasse a ficar difícil eles redobrassem o cuidado com a oração,  o resultado  não seria muito diferente....Recorrer a Nossa Senhora, que foi mãe e esposa, e que é “vida, doçura e esperança nossa”, é sempre um ótimo caminho. Se diz, com toda razão, que ninguém volta de mãos vazias quando recorre a nossa mãesinha do céu...

É isso.

Um bom resto de semana a todos e fiquem com Deus!

quinta-feira, 20 de abril de 2017

“Uma  mãe sem backup não pode fazer risoto”...kkkk

Esse post é meio que continuação do último e vou explicando o tema mas antes queria contar uma piada que me contaram quando eu entrei em administração na graduação em Araraquara. Um homem estava sendo treinado para ser CEO de uma grande empresa. Então o CEO que estava prestes a se aposentar e que tinha sido muito bom resolveu treiná-lo para o futuro posto. Então ele levou o aspirante a uma fazenda de laranjas e mostrou um enorme campo com muitas laranjas e disse a ele no primeiro dia: “está vendo essa enorme plantação? Então, eu quero que você colha quantas laranjas você conseguir”. Então lá se foi o homem e colheu muitas, muitas laranjas. No segundo dia a mesma coisa e de novo ele colheu muitas laranjas. No terceiro dia novamente. Finalmente no quarto dia o CEO disse a ele: “agora, você está vendo esses três sacos? Então, neste primeiro você coloca as grandes, no segundo as médias e no terceiro as pequenas”. E foi embora. O aspirante pegou a primeira laranja na mão, olhou para ela e pensou: “essa laranja é grande, pequena ou média? Em que saco eu a coloco??”. Moral da história: trabalhar é fácil, tomar decisões é que é difícil.

Por que eu contei essa história? Porque como já sabem os que leem o blog, eu sou “full time wife e mum” e como somos só eu e o Matt aqui em Brisbane, eu brinco que nós não temos "backup" na nossa empresa e uma casa de família é uma empresa. E eu acho BEM difícil tomar decisões todos os dias. Logo depois que eu faço minha oração mental eu sempre peço ajudas pra Deus, do tipo: “e agora que o Lucas está tirando uma sonequinha, eu devo começar a papinha ou colocar as roupas na máquina? Limpar a sala ou responder aquele email importante?” parece brincadeira mas tem hora que eu penso que devia ter feito engenharia de produção para ter mais noção da “logística perfeita”...

Então indo ao título do post:  (kkk), esses dias eu e o Matt íamos ter visita pra jantar e eu resolvi fazer um risotinho delícia que eu sei fazer. O problema é que pra quem já fez risoto alguma vez na vida, deve saber: uma vez começado não pode parar. E tem que ter paciência e ir colocando a água aos poucos... então eu coloquei o Lucas pra dormir e comecei. Eu pensei: “ele dormiu agora há pouco então eu ainda tenho um tempinho”. De repente, eu lá toda-toda mexendo meu risoto e começo a ouvir um chorinho lá de cima. Kkkk. Desespero!! Tem uma Nossa Senhora de Fatima enorme na minha sala e eu converso com Ela o dia inteiro... eu olhei pra Ela e falei: “não brinca Nossa Senhora... ele acabou de dormir!!! O que eu faço com o risoto? E as visitas? Oh céus, oh vida!!”. Pois é, era ele mesmo, eu me embananei toda, fiquei emburrada com Deus  (que tolice!!) e no final do dia fui fazer meu exame de consciência e o Espirito Santo me falou: “ah, minha filha, você é tão bobinha, né? Tantos anos rezando, lendo a vida de tantos santos e você  ainda não se convenceu de que o Caminho até mim é a cruz? Mesmo que ela seja uma cruzinha beeeem leve como essa??”. Toma essa Elisa!!

As vezes eu me esqueço mas logo Deus me lembra de que a vida da maioria das pessoas que querem segui-lo, ou seja, alcançar a santidade é essa: os caminhos ordinários da Terra. (tem as exceções como os mártires, por exemplo).

Esses dias eu e o Matt ganhamos um presente de um amigo super querido e ele escreveu um cartão muito legal e diferente que dizia mais ou menos assim: “marriage. A blessed thing that you guys make seem easy”. E eu pensei: “acho que nós estamos fingindo bem”…kkkk. O problema é que hoje em dia as pessoas confundem o “fácil” com o “bom” e não é nem que são diferentes, geralmente são opostos. Todo mundo que eu admiro, simplesmente 100% dessas pessoas tem uma vida meio difícil. “para ser feliz não é preciso uma vida fácil mas um coração enamorado” dizia São Josemaria Escriva. 

A boa noticia é que Deus está sempre ao nosso lado pronto pra nos ajudar e se ele manda as cruzes e as dificuldades, ele também concede as graças.  “Vinde a mim todos os que estais sobrecarregados e eu os aliviarei porque meu jugo é suave e meu fardo é leve...” disse Nosso Senhor... o que seria de mim se eu não tivesse fé....

E mais do que isso: Deus, de uma forma misteriosa e ao mesmo tempo maravilhosa, nos concede graças para irmos vencendo em pontos que nunca acharíamos capazes por nós mesmos.  O autor Pierre Blanchard diz: “só são grandes aqueles que em nós mantêm a esperança e a alimentam; aqueles que nos obrigam a ir até o fim de nós mesmos, e oferecem ao nosso ardor o único ponto de aplicação digno dele- ponto de fusão- Deus, fogo devorador”.
É isso.

Mil beijos e fiquem com Deus!

terça-feira, 11 de abril de 2017

“Uma mulher com enxaqueca não pode ser mãe”- a maternidade, as cruzes fabricadas e as cruzes permitidas por Deus.

Bom, a primeira parte do título do post  é meio estranha e antes que alguma mulher lendo isso pense: “Como assim? Como uma mulher que tem enxaqueca não pode ser mãe??”, eu vou explicar (e eu tenho enxaqueca desde que me conheço por gente... e uma mulher com enxaqueca pode sim ser mãe...)

Explicando: nos dez anos em que eu passei solteira procurando meu José, algumas vezes eu desanimava da minha busca e começava a ter uns pensamentos estranhos na minha cabeça. Então eu me lembro de algumas vezes pensar: “Já sei porque que Deus não permite que eu encontre meu José, me case e tenha a minha família: porque eu tenho enxaqueca!!”...kkkkk. Sério! Eu cheguei mesmo a pensar isso e mais de uma vez. Pra tentar explicar um pouco melhor: eu tinha crises homéricas de enxaqueca, de ter que ir para o hospital e ficar internada. E toda vez que isso acontecia eu pensava: “ainda bem que eu não tenho filho porque eu não estou dando conta nem de mim...”

Bom, ironia ou não, eu me casei e .... tive filho! Então, em novembro do ano passado nós resolvemos ir pro Brasil pra apresentar o Lucas pra todo mundo e também tirar umas férias. Eu estava MUITO tensa, por todos os motivos. O Lucas não tinha nem 4 meses e a viagem é muito longa. Nós decidimos então ir “quicando” até o  Brasil e fazer uma parada em Buenos Aires e encontrar minha mãe la, depois ir pra São Paulo e dormir mais uma noite e só então chegar em Ribeirão. Bom, foi tudo dando certo até a hora em que nós chegamos em Guarulhos. A hora que a gente passou pela alfândega eu já vi que havia algo de errado. Eu estava com muita dor de cabeça e enjoo. Mas fui indo. A hora que a gente chegou no hotel eu falei pra minha mãe: “fica com o Lucas  que eu preciso vomitar”. Não vou contar mais detalhes porque é meio, digamos, não muito salutar...kkk. Eu só vou falar uma coisa: eu me lembro de estar no banheiro segurando minha cabeça com o braço e pensando: “meu Deus, me ajude”. E o problema maior é que o Lucas só mamava no peito e nunca pegou a mamadeira, ou seja, eu escutava na minha cabeça: “Elisa, pedala!!! Agora não é hora de esmorecer”. Por que eu contei isso? Pra falar que, mesmo com todos os nossos problemas e limitações (que são muitos), Deus nos ajuda e sempre. São Josemaria dizia: “a quem faz o que pode, Deus não nega a sua graça”. E o que eu, como mãe, podia fazer naquela hora? Rezar e confiar em Deus que no final ia dar tudo certo... e deu...

Qual é a outra lição que eu quero tirar e contar aqui no blog? Que muito dos nossos sofrimentos vêm da nossa imaginação, de querermos prever um futuro que ainda não chegou e que muitas vezes nem chegará. São as famosas “cruzes fabricadas”. Porque existem as cruzes permitidas por Deus  (que são boas, nos purificam e nos fortalecem) mas também há aquelas cruzes fabricadas cujo sofrimento é estéril .

Santa Teresa dizia: “A cada dia, basta seu cuidado”..

A outra coisa que eu queria considerar é essa: o fruto que a cruz permitida por Deus traz. Logo depois que eu cheguei no Brasil fui conversar com o querido padre Augusto que foi meu diretor espiritual durante um bom tempo. Assim que nós começamos a conversar ele me perguntou como eu estava e eu falei: “eu to muito feliz mas exausta”...rs. aí ele me contou algo sobre São Josemaria que eu deu muita força e que eu nunca mais vou me esquecer. Ele disse que São Josemaria durante a primeira década depois da fundação do Opus Dei estava exausto, com um desafio imenso pela frente (que era a fundação da Obra e da sua mensagem). Não era nada fácil enfrentar todos os inúmeros obstáculos que ele teve que enfrentar. Então, muitos anos mais tarde ele confessou aos amigos mais íntimos que durante toda essa primeira década, toda noite quando ele ia dormir, ele estava tão cansado que não sabia se ia conseguir se levantar no dia seguinte e toda manhã ao acordar, ele também estava tão exausto que não sabia se ia conseguir chegar até a noite”. Então o padre Augutso concluiu: “Elisa, você está construindo sua família. É um ideal muito nobre e muito grande. Não teria como ser fácil.  Mas Deus não negará a sua graça”. Então: em frente.

Como disse Nosso Senhor a São Paulo em meio a todas as perseguições e sofrimentos: “basta-te a minha graça”.

Por hoje é só.
Mil beijos e fiquem com Deus!



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

“Há tempo pra plantar, há tempo pra colher. Há tempo pra chorar, há tempo pra sorrir”...

Bom dia/ boa noite pessoal! Esse post é meio que uma continuação do último porque achei que aquele ficou incompleto por um motivo: eu falei que queria fazer do meu lar um lar “luminoso e alegre” mas não disse exatamente como fazer isso. Então queria dizer que, como aprendi há um tempo, mesmo ideais grandes devem ter metas pequenas (até porque se não a gente desanima e não sai do lugar) e por fim porque como dizia São Josemaria: não são os grandes terremotos que geralmente abalam um edifício mas as pequenas infiltrações que vão minando as estruturas pouco a pouco (e o contrário portanto também é verdadeiro).

Então pra compartilhar um pouco dos pensamentos e metas que eu pensei, vou fazer como quase sempre e escrever em “bullet points”. Devo dizer que a maioria dos conselhos aqui contidos têm principalmente três fontes: minha mãe (sempre ela!), meu diretor e ex diretores espirituais do Opus Dei e algumas amigas que eu sei que têm muito preparo e presença de Deus. E por fim também alguns conselhos que eu escuto de Deus durante a oração mental.

1)      O primeiro e talvez o mais difícil é como disse Dom Javier Echevarria, o último prelado do Opus Dei morto em dezembro  do ano passado: ter vida de ação e ao mesmo tempo de oração- ser contemplativos no meio do mundo e dos nossos afazeres diário,  ser Marta e Maria (as irmãs de Lazaro, amigos de Jesus). Uma coisa não vive sem a outra e um cristão vai estar fazendo isso errado se ele optar por viver apenas de uma forma negligenciando a outra. E isso por vezes pode ser difícil. Hoje em dia eu sou uma “full time mum”: não trabalho fora e tenho pouca ou quase nenhuma ajuda. Desde que o Lucas nasceu é pra mim um desafio não ficar mal humorada logo que eu acordo de manhã e vou tropeçando em fralda suja que eu troquei durante a noite, garrafinhas de água jogadas pelos cantos, roupas, brinquedos, livros, etc. Nessas horas eu tenho que fazer o maior esforço por ser mais “Maria” e menos “Marta”: saber que aquelas baguncinhas estão ali porque Deus no mínimo permitiu para que eu cresça em paciência, espírito de serviço e outras virtudes e que não vale a pena- at all- brigar e ficar de mau humor por causa disso. Como me ensinou uma amiga querida: é muito bom que nós mães tenhamos ordem e deixemos a casa sempre limpa e em ordem mas desde que isso não interfira na paz familiar!!

2)      Esse segundo conselho me foi dado pela minha mãe e acho que se eu tivesse que dar um único conselho a pessoas recém casadas eu escolheria esse. Então uma breve história pra explicá-lo: quando eu e o Matt ainda estávamos namorando, eu discordei dele em relação a um ponto pequeno. Não era nada de ordem moral mas era algo que eu sabia que no futuro poderia me incomodar e até trazer brigas. Então eu comecei a contar pra minha mãe com “aquele drama” (quase não faço isso...kkk) e eu me lembro exatamente do que ela falou: primeiro ela escutou com toda a calma e por fim ela disse com aquela sabedoria imensa: “filha, te entendo e consigo ver os dois lados: seu e do Matt e acho que pode ser que você esteja realmente com a razão. Porém, vamos rezar por duas intenções: pra que o Matt se convença de que você está certa e também pra que ele chegue a essa conclusão sem que você tenha que falar nada. Assim você lucra duas vezes” (e evita o atrito. Minha mãe sabe muito bem que evitar o atrito no casamento é algo maravilhoso!!)

Gente, que sábio conselho! Não deu outra. Bom, então passou um tempo e nós nos casamos e eu vim morar na Australia. Quando fazia apenas alguns meses que nós estávamos casados, eu e o Matt fomos ao supermercado e ele estava com o carrinho. De repente eu o vejo parar em frente à bancada de maçã verde e pegar um saquinho e começar a colocar uma maça verde, duas, três... ele pegou CINCO maçãs verdes! Eu pensei: “gente do céu, pra que tudo isso de maçã verde??”. Eu acho que eu nunca havia comprado (até aquele dia) nem uma única maçã verde, quanto menos cinco!! Ainda mais aqui na Australia onde as frutas são tão caras! Assim que eu vi aquilo fui toda vaporosa protestar quando o Espírito Santo deu uma travada na minha língua e eu me lembrei do ensinamento da minha mãe na hora! Resolvi então fazer uma pequena oração e ir oferecendo pra Deus... sério: não chegou nem no estacionamento e o Matt olhou pra mim e falou: “acho que eu comprei muita maçã verde, né??”...kkk. Hoje eu sempre fico pensando quais são minhas “maças verdes” de todos os dias: coisas que eu posso ir oferecendo pra Deus e esperando que Ele mesmo mostre ao Matt e que não valem a pena o conflito...

3)      Esperar o tempo de Deus. Depois que o Lucas nasceu e eu acho que já contei bastante sobre isso aqui, nossa vida- minha e do Matt- se transformou por completo. Foram seis meses sem dormir (faz uns dez dias que isso vem mudando!). Quem já passou por isso sabe que não é nada fácil e por isso esse é o título desse post. Eu me lembro de um dias pensar: “será que algum dia eu e o Matt vamos voltar a fazer uma refeição juntos e de forma tranquila?”. Me parecia que a resposta era não. Mas a boa notícia é que tudo passa.. e até que passa rápido. Hoje, depois de pouco mais de seis meses nós já conseguimos jantar praticamente todos os dias juntos (e pra isso nós o colocamos pra dormir cedo pra poder ter um tempo só nosso), tomar um vinho, rezar o terço, e até assistir um filme inteiro de vez em quando!! E nós somos dois cinéfilos inveterados. Hoje, depois de todo aquele sufoco, eu fico pensando que muitos casais devem se separar por não esperar esses tempos conturbados passarem e até tirarem proveito deles...

Por fim, sobre isso, o Matt uma vez me contou uma história que aconteceu com um homem da cidade onde ele nasceu aqui na Astralia. Esse moço tinha um emprego super bom quando veio uma crise no país e ele perdeu tudo. Ele caiu no desespero e matou a mulher, os três filhos e em seguida se matou. Mais tarde naquele mesmo ano um tio seu morreu na Inglaterra e deixou uma herança enorme que o deixaria tranquilo pro resto da vida...isso me faz pensar que as vezes nós rezamos, rezamos e rezamos durante esses períodos difíceis e a resposta não vem rápido. Mas Deus está escutando, com certeza. E melhor: está usando isso para  o nosso bem. Como dizia Guimarães Rosa: “quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo”.

4)      “Multiplicar a alegrias e dividir as penas”. Eu li sobre isso esses dias e achei muito legal: as famílias devem saber multiplicar as alegrias e dividir as penas. E nós mães temos um papel fundamental nesse ponto. Eu me lembro com muita clareza e um pouco de saudade até, dos dias de dificuldade financeira pela qual eu e minha família passamos no Brasil por um bom tempo. Eu me lembro que foi muito difícil e sofrido então a aminha mãe sempre dava um jeito de ir alegrando todo mundo e nos fazendo esquecer do monte de problema e da pressão pela qual nós estávamos passando. Eu me lembro que toda sexta-feira ela preparava um lanche gostoso pra gente e fazia todo mundo feliz. Ela sempre comprava o que um de nós gostava: uma esfirra, uma cervejinha gelada, um cachorro-quente e todo mundo ia chegando, batendo papo e de repente a gente já estava esquecendo de todos os problemas.

Nós também podemos lembrar que podemos- e devemos- oferecer esses momentos difíceis por muitas intenções nobres e especialmente por aqueles que amamos. No último recolhimento o padre Peter contou uma história linda sobre Eleisabeth Leseur. Essa mulher era católica e decidiu abandonar a fé. Depois de dois anos longe de Deus ela percebeu que havia perdido a alegria e retornou à Igreja. O marido porém era um baita de um ateu. Depois te um tempo casados ela descobriu que estava com um câncer terminal que fez sofrer muito e por fim lhe tirou a vida. Depois que ela faleceu, encontraram seu diário e no rodapé de todas as páginas estavam frases dela oferecendo toda aquela dor por seu marido. Ele teve uma conversão enorme e resolveu publicar sua biografia.


5)      Adquirir as virtudes necessárias à vida conjugal. Esse é um ponto que me faz rir. Quem me conhece sabe o tanto que eu AMO dormir! Sempre dormi pra caramba e uma amiga minha até me apelidou de vassourinha porque onde eu encostava eu cochilava. E pra ser sincera, eu deixava de fazer coisas importantes por causa do meu sono... Então uma vez conversando com o padre Alexandre, meu antigo diretor espiritual (foi meu diretor por mais de cinco anos), ele me falou assim: “Elisa, estão precisando de ajuda no CENARPH. Você não pode ir ajudar?”. O CENARPH é uma instituição em Ribeirão que ajuda meninas carentes. Eu então falei que poderia e ele, muito esperto e querendo me ajudar na minha “preguiça matinal” disse: “Ok, muito bom. É todo sábado as 8 horas da manhã”...kkkkk. Eu falei: “nossa padre Alexandre, nem pensar!! Eu amo dormir de sábado de manhã! Fico esperando a semana inteira pra isso...”. Eu me lembro que ele falou: 
“Elisa, você acha que as mães podem dormir até tarde todo sábado de manhã??”. Isso me fez pensar muito sobre o assunto... até porque já havia um bom tempo que eu rezava pelo meu José e nada de ele aparecer....
 bom, ironia das ironias, meu filho é uma criança forte e saudável MASSSS me deixou 6 meses sem dormir...feliz de quem tem um bom diretor espiritual! Aliás, esse seria o segundo conselho que eu daria aos casais..

6)      Estar sempre “arranjada”. São Josemaria dizia que a mulher deve estar sempre “arranjada” para o marido. Esse pode parecer um detalhe ou até besteira mas não é.
 Eu tenho amigas que depois que se tornaram mães falaram que até se esquecem de tomar banho e se arrumar. Eu super compreendo mas também acho muito perigoso. Nós nos esquecemos que nossos maridos nos conheceram quando nós costumávamos (pelo menos eu era assim) estar sempre arrumadas, cheirosas, unha e cabelos feitos, etc. De repente mudar tudo isso é sacanagem, né? Eu costumo dizer que antes do Lucas nascer eu usava maquiagem porque eu gostava, agora eu uso porque eu preciso. ..kkkkk. Eu não arrisco sair de casa sem maquiagem hoje em dia....kkk

A não ser que você sempre tenha tido um estilo super “low profile”, não caia nessa de desencanar totalmente da vaidade... fazer um pequeno- ou grande- esforço nesse quesito vale a pena! Por nós mesmas inclusive. Pra mim as vezes é bem difícil e eu faço uma ginástica enorme pra conseguir isso. Isso porque o Matt chega todos os dias umas 6pm e é bem na hora do Lucas tomar banho. Dar banho no meu filho significa ficar descabelada, encharcada e etc. mas eu tento sempre dar um pulinho em frente ao espelho pra dar aquela garibada....

Por hoje é só.
Mil beijos e fiquem com Deus!




quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Bom dia/ boa noite pessoal!. O post de hoje se chama:
“Lares luminosos e alegres”

Vou começar explicando porque o tema do post é esse.

Bom, nós ainda estamos em janeiro e começo de ano é aquela época em que nós fazemos planos, traçamos os projetos para o ano que virá, criamos expectativas, etc.  Pois bem, no início desse ano eu me fiz alguns propósitos pequenos e um bem grande: “eu vou fazer de tudo esse ano pra que minha família- O Matt, Lucas e eu- sejamos uma família que habita um “lar luminoso e alegre”. (essa é uma homilia linda de São Josemaria Escrivá, caso alguém tenha interesse). Mas eu sabia, desde antes de me propor esse desafio que ele não seria fácil.

E eu sei bem que quem não planta, não colhe. Quando eu entrei na faculdade em Araraquara foi aquela festa. Eu tinha a inocência de achar que ter entrado numa faculdade boa (pelo menos com boa fama), era suficiente pra me garantir um futuro brilhante. Eu achava então que apenas com um mínimo (e bota mínimo nisso) esforço eu conseguiria ser trainee das melhores multinacionais. Acontece então que eu não fiz nada do que deveria ter feito: participar de empresa junior, fazer iniciação científica, ajudar os professores com atividades extra, etc.  Assim que eu me formei eu paguei o preço amargo da arrogância e da preguiça. Mas aprendi a lição e hoje eu penso sempre sobre qual rumo minha vida está tomando (e nas quatro esferas: pessoal, profissional, social e espiritual).

Mas voltando: então eu comecei a pensar que a minha família é o que eu tenho de mais precioso e que eu devo “trabalhar” todos os dias pra que ela seja uma família feliz e piedosa. No livro que estou lendo “Todos os caminhos levam à Roma”, a Kimberly Hahn compara o casamento dela e do Scot Hahn com as estações do ano e ela vai narrando: o verão, o outono, até que chegou o inverno para eles, etc.  Pois bem, acho que meu casamento também, apesar de estar casada há apenas 15 meses, já passou por diferentes estações. Nós nos casamos em outubro de 2015 e logo depois eu descobri que Deus havia nos dado a enorme bênção da maternidade/paternidade. Esses nove primeiros meses foram o verão mais colorido e fun” da minha vida.

Depois que o Lucas nasceu as coisas mudaram um pouco. Ele fez 6 meses semana passada e nesse espaço de tempo eu passei por algumas fases e a mais difícil foi quando minha mãe foi embora de Brisbane (quando ele já estava com quase 3 meses). A fase anterior, logo quando ele nasceu, apesar de todas as mudanças tremendas que chegam com o primeiro filho, não foi a mais difícil. Nós estávamos tão apaixonados, tão maravilhados com aquele serzinho tão lindo e tão precioso que eu mal dei conta de qualquer outra coisa (apesar dos dias de choro logo após o parto, as dores da cesárias, as dúvidas, etc)

Porém, minha mãe tinha que voltar para o Brasil. Eu nunca vou esquecer esse dia: dia primeiro de outubro de 2016. Assim que nós a deixamos no aeroporto e voltamos pra casa, nada me consolava. Eu cheguei à conclusão que se algum dia eu tivesse que ter depressão (clinicamente falando), esse dia havia chegado. Eu e o Matt então tivemos que nos readaptar à rotina e a todos os afazeres que nós estávamos acostumados a ter a ajuda preciosa da minha mãe. Nessa nova faze eu pude ver como vários defeitos meus estavam meio que “dormindo” e eles estavam querendo acordar: meu egoísmo, preguiça de algumas atividades específicas, soberba na hora de pedir perdão, falta de espírito de serviço em especial nos dias de extremo cansaço, etc. e claro, os vários momentos de dúvidas e aflição: cólicas intermináveis, vacinas, mudanças de fases e etc. Então, em todos esses momentos, como minha mãe já tinha ido embora, eu recorria à Nossa Senhora e falava: “mãesinha, já que minha mãe da Terra não está mais aqui comigo, você me ajude por favor”.

Conta-se que um senhor protestante estava restaurando uma catedral na Itália e entrou uma moça e começou a rezar de forma muito piedosa. Ele então começou a dizer, provocando-a: “eu sou Jesus!”, “eu sou Jesus”.. e disse isso várias vezes. Lá pelas tantas a moça deu um grito: “Cala-te! Estou falando com a tua mãe!!”. Maria é muito poderosa. Ela é a mãe do nosso salvador e sempre pede pra Ele por nós. Como diz minha sogra: “Ask Mary and she will ask her boy”.

Voltando: o padre Peter meu diretor espiritual aqui em Brisbane estava contando uma história no último recolhimento sobre um casal neozelandês que não podia ter filhos e então resolveu adotar uma criança russa. Quando foram finalizar o processo esse casal descobriu que essa criança tinha quatro irmãos mais velhos e então eles resolveram adotar as quatro crianças! Depois de um tempo já com as crianças em casa esse moço disse: “antes de me tornar pai eu me considerava um cara paciente”...kkkk. Brincadeiras à parte, eu acho que a maternidade / paternidade além de maravilhosa por si só (ter uma criança nos seus braços é algo indescritivelmente maravilhoso), é algo que também nos torna melhores.

Mas a responsabilidade é enorme. Se nós pensarmos que cada pessoa maravilhosa que nós conhecemos e cada carrasco que vive por aí veio de uma família- por mais desestruturada que seja- nós começamos a ver a grandeza da missão de cada pai e cada mãe. O padre Francisco Faus fala, e com toda razão, que a família é a célula básica da sociedade e que se essa célula adoece, toda a sociedade adoece junto.

Esses dias conversando com o Matt no jantar sobre isso, ele me contou uma coisa muito fofa sobre esse mesmo casal que citei acima: o Scott e a Kimberly Hahn. Ele disse a primeira palavra que um dos seus filhos disse pela primeira vez foi :”pope”!! (que significa “papa” em inglês). Essa historinha parece bobinha mas é emblemática: quem conhece um pouco dessa família sabe que eles respiram santidade... e estão com certeza fazendo um bom trabalho! . O que nós estamos ensinando aos nossos filhos? Eles aprendem do exemplo muito mais que das nossas palavras (em especial se elas não condizem com o modo como nós agimos)

Então tem outra história que eu achei igualmente linda. Conta-se que o papa João XXIII quando foi eleito bispo foi visitar sua mãe e mostrou o anel do bispado pra ela e disse: “olha mãe, que coisa me fizeram? Que grande responsabilidade a minha agora??” , ao que ela respondeu: “filho, as nossas responsabilidades são as mesmas. Essa aliança só está aí na sua mão porque essa aqui está na minha” e mostrou sua aliança de casada. Mãe santa, filhos santos. Ou como uma amiga minha sempre diz: “mãe de joelhos, filhos de pé”.

Por hoje é só. Mil beijos e fiquem com Deus!


sábado, 21 de janeiro de 2017

Hello everyone!
This blog is to explain the miracle that has occurred in my life in the last 15 months. I went from a single girl who worked and studied full time and dreamed of her great love to a wife and mother (yes !!) waiting for her first baby, the fruit of our miraculous and blessed union.

I certainly would not be where I am today, with whom I am if it were not for the grace of God.
And to close, as Matt (my husband) says: "If you want to make God laugh, tell him your plans."
Welcome!

Well, to understand how such a great miracle happens (redundant that phrase, I know) in a person's life, one needs to understand a little about her life and those involved. So I'll start by telling you a little bit about how my life was and why it was a miracle (because you must be wondering: "if so many couples know each other every day and get  marry, why was this a miracle?)

Explaining the first question: Yes, God can work miracles in one person's life at a time, just as he did with St. Paul on his way to Damascus. However, I believe most miracles require a lot of prayer and trust in the Lord. Among other things.

So let's go. I was born into a practicing Christian-Catholic family where the norms of piety were a habit (wonderful one I must say!): The Mass on Sundays and days of precept (at least), the rosary in the family, especially on trips, the 3 Hail Marys at night and so on. Praying has always been a constant in our family and certainly the greatest and best legacy our parents have left us.
And for you to understand how serious the religion thing was and also to relax a bit I'll start by telling you a curious episode.

Mass on Sundays was mandatory at home when we became 7 years old. And the fun part was that we usually went on Saturday night and then we went out for pizza afterwards! Do you want a better way to persuade a child to pray? Ahahaha

However, we were not always so keen on the program. I remember one time I had a problem with that. I was about 10 years old, it was my friend´s  birthday and her parents always made "the party" for her. Do you know those little children's parties that are the happening of the year? Yeah. I then went on Saturday after lunch. When I was at the best part of the party, I saw my mother at the gate. I thought, "It's not possible that she came to get me !! No way Im  leaving. " Well, she was getting close and calmly, as always, she said: "Elisa, let's go to mass. Everyone is waiting in the car. " Well, what came next is unnecessary to tell ... ahahaha. But I learned the lesson: "When it comes to mass, my fried, there is no bargain  at home."

And to finish for today, why was it a miracle? Well, because I did not ask A husband for God, I asked THE husband. And that's exactly what happened ... but then I'll dedicate a post just about it.

It's just for today. But it's only beginning.

God bless, talk soon!